O cruzamento das Avenidas 13 de Maio com Universidade, no bairro Benfica, em Fortaleza, foi cenário, no fim da tarde desta segunda-feira (10/1), de um ato nacional em defesa da democracia. Consciente da gravidade e da urgência do tema, após os ataques terroristas e antidemocráticos em Brasília no domingo (8), a ADUFC-Sindicato e dezenas de professores da base participaram da manifestação, convocada pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. A multidão seguiu em marcha até a praça do Santuário Nossa Senhora de Fátima. Ainda na capital cearense, foi registrada manifestação também à noite, no cruzamento das Avenidas Antônio Sales e Rui Barbosa em um “bandeiraço pela democracia”. No Cariri, houve ato na Praça da Prefeitura de Juazeiro do Norte.
As manifestações integraram a agenda das organizações populares em todo o país que marcaram a data em repúdio aos graves crimes ocorridos contra as sedes dos Ttrês Poderes da República: o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. Para o presidente da ADUFC, Prof. Bruno Rocha, presente ao ato do Benfica, a manifestação era de “repulsa” a qualquer tentativa de golpe e de desconstrução do estado democrático de direito. “Estamos aqui para defender a democracia e o país de uma de um uma organização de golpistas que tenta desvirtuar o processo eleitoral e que não reconhece a vitória completamente legítima do presidente Lula”, disse.
Na avaliação do docente, o momento é de reunião de todas as forças democráticas para se contrapor ao fascismo que vem se solidificando por conta do bolsonarismo. “Estamos num movimento de reafirmação do nosso compromisso com a constituição da nossa incansável luta contra qualquer tentativa de desconstrução autoritária do processo democrático construído a tanto custo no país”, reforçou Bruno Rocha. Integrantes do “Caldeirão”, grupo permanente de percussão do sindicato, também participaram da manifestação com seus tambores. Além de docentes de diversos departamentos e unidades acadêmicas da UFC.
Durante o cortejo que seguiu pela Avenida 13 de Maio (sentido Fátima), os/as manifestantes entoavam os gritos de “sem anistia”. Além de apoio à ordem democrática, os protestos antigolpistas cobraram a responsabilização severa de quem organizou, de quem financiou, de quem participou e de quem foi omisso na contenção das criminosas invasões e depredações. A Diretoria da ADUFC já havia se posicionado oficialmente em nota (LEIA AQUI) no dia em que os ataques ocorreram.
Também em nota, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) havia classificado os atos terroristas como “intoleráveis, inaceitáveis e inescusáveis”. A entidade também cobrou a apuração rigorosa dos danos contra o patrimônio, contra a soberania popular e contra o Estado de Direito, além da investigação e punição também dos financiadores e articuladores do que chamou de “atentado às instituições brasileiras”.