Em reunião nesta quinta-feira (7/4) na sede do sindicato, em Fortaleza, o Conselho de Representantes (CR) da ADUFC aprovou encaminhamentos sobre a construção da campanha salarial unificada dos servidores públicos federais. A atividade também sinalizou o reforço à participação, neste sábado (9/4), do Dia Nacional de Mobilização Bolsonaro Nunca Mais, incluindo as pautas urgentes referentes à luta em defesa da educação, ameaçada, desta vez, por recentes e graves denúncias de corrupção no MEC. Na capital cearense, a ADUFC se juntará a dezenas de trabalhadores/as, estudantes e movimentos sociais em ato que terá concentração às 15h, na Praça Portugal.
Esta foi a primeira reunião presencial do CR após o início da pandemia de Covid-19. Também foi garantida a participação remota de conselheiros/as de outros municípios e aos que ainda estão em atividade remota. A exemplo da reunião anterior do CR, realizada em janeiro de 2022 ainda em formato virtual, o encontro de ontem também pautou levar para discussão em Assembleia Geral a campanha salarial que tem mobilizado e unificado entidades sindicais de todo o país na tentativa de recompor as perdas salariais dos três anos do atual governo federal.
O Conselho de Representantes aprovou, por unanimidade, retomar a agenda de lutas e debates sobre campanha salarial, além de incluir nesse calendário atividades pontuais nos campi. Os/as conselheiros/as avaliaram como fundamental a construção de um movimento nesse sentido e também devem solicitar pautas para discutir esse tema nas reuniões de seus respectivos departamentos.
Uma das dúvidas surgidas no âmbito do Conselho referiu-se ao prazo hábil para a reivindicação de recomposição salarial. E foi esclarecida a compreensão de que o prazo até o dia 4 de abril seria para aumento, e não para a recomposição salarial. Como os/as servidores públicos/as não estão pleiteando aumento acima da inflação e sim a recomposição da perda inflacionária, há tempo hábil para essa reivindicação, que pode ser feita a qualquer período.
Mesmo diante da falta de diálogo com o governo federal, o Conselho de Representantes da ADUFC entende que ainda não é o momento para encaminhar um indicativo de greve. Entre os argumentos apresentados pelos conselheiros/as, está o retorno presencial recém iniciado após dois anos de pandemia. Tendo avaliado a conjuntura, o Conselho deliberou pela capilarização da discussão nos departamentos. Também deverá ser encaminhada proposta de organização de ato político-cultural que trate especificamente sobre campanha salarial.
Vacinação na UFC ainda gera dúvidas
O Conselho também recomendou à diretoria da ADUFC que a entidade questione a UFC sobre como será o processo da vacinação dos estudantes que estão no regime especial, depois do dia 15 de abril. Muitas dúvidas, segundo eles/as, vêm sendo geradas, já que o documento divulgado pela UFC não deixa claro que condutas devem ser realizadas após essa data. No texto (tópico 11), a instituição determina que, caso o estudante não tenha se vacinado, ele deverá preencher uma “autodeclaração” para entregar aos professores. “Os docentes deverão colocar o aluno em regime especial até o dia 15 de abril ou até que seja estabelecido, pela administração superior da UFC, um novo regramento para o caso”, segue o documento.
A mesma orientação da universidade vale para docentes que não tenham se vacinado contra a Covid-19 e, em decorrência disso, podem permanecer oferecendo aulas remotas (tópicos 12 e 13). A UFC segue na contramão da maior parte das IFEs do país, que seguem exigindo o comprovante vacinal entre as medidas de enfrentamento à pandemia no retorno às atividades presenciais.
40º Congresso do ANDES-SN entre os informes
Aos/as representantes do CR, os membros da diretoria da ADUFC que conduziram a reunião também trouxeram informes relacionados à participação da entidade como delegação convidada do 40º Congresso do ANDES-SN, realizado em Porto Alegre-RS, entre os dias 27 de março e 1º de abril últimos. O presidente da ADUFC, Prof. Bruno Rocha, lembrou que não é uma prática desse importante espaço deliberativo da categoria ter convidados, mas que a decisão de retorno ao Sindicato Nacional viabiliza essas participações. Embora ainda não tenha direito a voto nas deliberações do Congresso, a ADUFC participou de forma ativa de todos os debates realizados durante a programação. E enfatizou a centralidade da luta do ANDES-SN com os 14 textos apresentados: derrotar o governo bolsonaro, nas ruas e nas urnas, para garantir o retorno à democracia.
“Foi um congresso bastante importante e deu pra reconhecer, principalmente para quem participou pela primeira vez, o processo democrático que é construído naquele espaço e que não há outra forma de se construir um movimento nacional. Isso mostra que nossa decisão de voltar ao ANDES foi acertada e a gente pretende concluir esse processo”, disse Bruno Rocha. Além do presidente da ADUFC, Irenísia Oliveira (vice-presidente) e Helena Martins (secretária geral) também levaram ao CR informações sobre outras discussões pautadas no Congresso, a exemplo das intervenções nas IFEs. A cobertura do evento no Rio Grande do Sul com participação da ADUFC pode ser conferida no Boletim Semanal nº 11 do sindicato.
A diretoria antecipou ao Conselho, ainda, informações relativas à retomada de atividades presenciais na ADUFC, além da programação de aniversário dos 42 anos do sindicato, celebrado no próximo dia 28. A Profª. Helena Martins destacou a “construção política coletiva da entidade nas suas mais variadas formas de atuação” e sinalizou algumas ações nesse sentido que ocorrerão nas próximas semanas, a exemplo de palestras, debates e encontros culturais, além da homenagem à Profª Izaíra Silvino, falecida recentemente e que dará nome auditório da ADUFC, em Fortaleza. A programação será divulgada, em breve, no site e redes sociais e demais canais de comunicação do sindicato.