O Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará (Adufc-Sindicato) participou do XIII Encontro Nacional da Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação), que iniciou na quarta-feira (26) em Porto Alegre, na sede da ADUFRGS Sindical.
O principal objetivo do XIII Encontro Nacional do Proifes-Federação foi reunir professores federais de todo o Brasil para discutirem temas relacionados à conjuntura nacional, perspectivas dos movimentos sindicais e docentes, campanha salarial, carreiras e assuntos de aposentadoria, financiamento da educação, CONAE 2018 e os impactos das reformas na educação brasileira.
Na ocasião, estiveram presentes o presidente, a secretária-geral e a diretora de atividades científicas e culturais da Adufc-Sindicato, Profº Enio Pontes, Profª Yacy Mendonça e Profº Lucicléia Barros, respectivamente.
Abertura do evento, dia 26
No primeiro dia, com o auditório lotado, a abertura do encontro contou a presença de mais de 170 delegados, observadores, convidados do Brasil e do exterior, docentes, estudantes e representantes de movimentos sociais.
Nas falas, homenagens e discursos, a reafirmação do movimento sindical e da articulação dos docentes na luta de resistência contra a destruição de direitos promovida pelo governo Temer no Brasil, ou contra o avanço das políticas neoliberais de privatização da educação, na América Latina. “As reformas e ações do governo Temer não vão representar o fim do movimento sindical”, afirmou o presidente do Proifes-Federação, Eduardo Rolim, em sua fala na abertura do evento.
“Não permitiremos que este governo sem votos destrua a luta que construiu a CLT, hoje com mais de 70 anos. Eles querem vender nosso futuro, mas nós temos a responsabilidade de mostrar que este governo tem objetivo de destruir direitos e serviço público”, acrescentou Rolim.
Os convidados internacionais Carlos De Feo, secretário-geral da CONADU, da Argentina, e Hugo Yaski, presidente da Internacional da Educação (IEAL), na quarta-feira (26), frisaram a necessidade de consolidar a democratização e expansão do ensino superior, no Brasil e na América Latina, e pediram unidade do setor popular para a retomada da iniciativa de outro projeto para o Brasil e para a América Latina.
Segundo dia
Na quinta-feira (27), os debates giraram em torno do Tema 01: “Conjuntura Nacional e o Movimento Sindical”. Líderes sindicais latino-americanos foram unânimes nas críticas ao modelo que está sendo imposto por governos “neoliberais” da Região.
O presidente da Internacional da Educação na América Latina (IEAL), o chileno Hugo Yaski, traçou um perfil da educação no Chile e afirmou que o país protagonizou, no governo do ditador Augusto Pinochet, uma reestruturação da educação à base de “perseguição, mortes, prisões e exílios de professores”. Yaski ressaltou, no entanto, que a atual presidente, Michele Bachelet, está revendo o modelo de educação básica naquele país.
Quanto à educação superior, o presidente da IEAL informou que o segmento está completamente privatizado, como acontece nos Estados Unidos. “Muitos estudantes chilenos, por não terem condição de pagar, atravessam a fronteira para estudar na Argentina”, lamentou.
O Secretário de Relações Internacionais da CTERA/Argentina, Eduardo Pereyra, denunciou que no pais há um processo de “demonização dos dirigentes sindicais, por parte do governo, que tentou incutir a ideia de que as greves fortaleciam o ensino privado, na medida que obrigavam muitas famílias a tirar seus filhos de escolas públicas e matriculá-los na rede privada”.
Já o representante da CONADU, Carlos Feo, pontuou que os programas de avaliação e a homogeneização da Carreira tornaram-se panaceia para os problemas do ensino superior na Argentina e na América Latina.
A secretária geral da CNTE, professora Fátima Aparecida da Silva faz uma avaliação pessimista quanto ao quadro político atual no Brasil, na América Latina e em países desenvolvidos como os Estados Unidos e a França. Para ela, retrocessos sociais estão sendo postos em prática. Ela pontuou que o machismo, a xenofobia, a homofobia e outros sentimentos que resultaram na dizimação de milhões de pessoas no século 20 e que agora, segundo ela, voltaram com força total.
Terceiro dia
Nesta sexta-feira (28), o presidente da Adufc-Sindicato, professor Enio Pontes, apresentou sobre a Realidade do Ensino Superior e a Pesquisa Científica no Brasil. O XIII Encontro, que seguiu até o dia 29 (sábado).
*com informações do Proifes-Federação e ADUFRGS-Sindical