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A LUTA CONTINUA! – Docentes da UFC, UFCA e UNILAB aprovam saída coletiva e mobilizada da greve mediante assinatura de acordo

A assembleia docente ocorreu presencialmente nos jardins da reitoria da UFC, com transmissão online para os campi do interior (Foto: Nah Jereissati/ADUFC)

Em Assembleia Geral da ADUFC realizada na manhã desta sexta-feira (21), docentes da UFC, UFCA e UNILAB decidiram pela saída coletiva e mobilizada da greve, vinculada à assinatura do acordo com o governo federal – só após essa etapa, que deve ocorrer até o início de julho, o movimento paredista será encerrado. A decisão será encaminhada ao Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-Sindicato Nacional, responsável por representar a categoria nas negociações com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). Na votação, docentes reconheceram que as propostas do governo foram limitadas, mas são conquistas do movimento grevista. Foram 107 votos a favor da saída, 58 pela continuidade e sete abstenções. 

A assembleia docente ocorreu presencialmente nos jardins da reitoria da UFC, com transmissão online para os campi do interior. A avaliação da Diretoria da ADUFC é de que, ainda que os ganhos tenham sido limitados, houve conquistas para a categoria docente, especialmente no reconhecimento do setor da Educação como uma força social relevante e que precisa ser ouvida e considerada pelos governos.

No início da Assembleia, a presidenta da ADUFC, Profª. Irenísia Oliveira, apresentou uma síntese da evolução das negociações com o governo federal desde janeiro de 2024 até a proposta mais recente apresentada à categoria docente. “Tudo que conseguimos, embora insuficiente, foi por causa da greve”, avaliou. Ela também elogiou o nível de debate da assembleia e da construção coletiva acumulada. “A nossa categoria é muito diversa, de realidades muito diversas. É assim que construímos a democracia, sabendo ouvir, modulando as falas, respeitando a fala do outro. Vejo como um momento de grande riqueza”, salientou.

A mais recente proposta do governo federal prevê reajuste em duas parcelas: 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. Anteriormente, havia sido oferecido 4,5% nos próximos dois anos. Já o aumento dos steps da carreira, com os ganhos vinculados, chega a índices entre 13,3% e 31,2%, em 2026.

Em reunião no dia 14 de junho, o Ministério da Educação (MEC) também comprometeu-se com outras demandas das entidades representativas docentes: revogação da Portaria MEC n° 983/2020 e a criação de Grupo de Trabalho com duração de 60 dias para avaliar a questão; articulação, junto ao MGI, de posição favorável ao fim dos recursos nas demandas judiciais em processos para a concessão de Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) aos inativos; articulação, junto ao MGI, para a previsão de regras padronizadas nacionais para a progressão docente; promoção de medidas necessárias para recomposição do Conselho Permanente de Reconhecimento de Saberes e Competências (CPRSC), com a inclusão das entidades ao Colegiado, no prazo de 30 dias.

Categoria defende estado permanente de mobilização

A Profª. Alba Carvalho, do Deptº. de Ciências Sociais da UFC, fez uma avaliação dos ganhos do movimento paredista e apontou caminhos para a continuidade da mobilização. “A gente demarcou o que tem sido esse embate. O Comando Local de Greve sustentou que o nosso movimento unificado forçou as negociações. E nós tivemos ganhos. Se a gente fizer uma avaliação, tivemos ganhos organizacionais, políticos e financeiros. Nós que conquistamos isso, não podemos deixar que outros grupos assumam essa autoria”, destacou. “Sabemos que (o resultado ainda) está muito aquém, então temos que nos manter em estado permanente de mobilização”, acrescentou.

O Prof. Bruno Prata (Deptº. de Engenharia Mecânica/UFC) chamou atenção para a sinergia entre técnico-administrativos/as e professores/as das instituições federais de ensino superior (IFES) durante a greve, além da aproximação com o movimento estudantil. “Não me recordo de ter vivenciado isso antes”, ressaltou. Ele também defendeu o fortalecimento dos grupos de trabalho da ADUFC e a interlocução com outras categorias como estratégias de continuidade da luta docente.

Na avaliação do Prof. André Ferreira, do Departamento de Teoria Econômica da UFC, a luta docente continua em diferentes frentes. “A greve é um dos momentos da nossa luta, precisamos ser estratégicos para ampliarmos nossas conquistas mais à frente”, disse. “Não existe proposta do Proifes, eles foram contra a greve”, acrescentou, reafirmando que as conquistas são do movimento grevista liderado pelo ANDES-Sindicato Nacional.

Insatisfação com a postura do governo federal

Outra corrente de pensamento defendeu a continuidade da greve docente por compreender que as propostas apresentadas até aqui pelo governo federal são tímidas, especialmente pela manutenção do reajuste de 0% em 2024. “Não entendo o que houve de mudança na conjuntura da última semana para cá”, questionou a Profª. Kelly Menezes (FACED/UFC). 

O Prof. George Paulino (do Deptº. de Ciências Sociais da UFC) também se disse decepcionado com a postura do governo federal, especialmente com a visita do presidente Lula a Fortaleza no dia anterior (20/6), quando o movimento grevista foi barrado pelas forças de segurança do Palácio da Abolição. No evento do qual participava, Lula voltou a fazer falas sobre a greve docente federal que incomodaram os/as professores/as . 

Docentes da UFC, UFCA e UNILAB estão em greve desde 15 de abril, um mês após a deflagração da paralisação dos servidores técnico-administrativos. A categoria tentava negociar com o governo desde julho de 2023, quando entidades sindicais protocolaram a pauta de reivindicações da campanha salarial de 2024 com base nas perdas salariais desde 2010, após meses de manifestações e tentativas de negociações. Somente após o início da greve, a Mesa Nacional de Negociação Permanente começou, finalmente, a se movimentar, ainda que a passos tímidos.

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