(Fotos: Eline Luz/Imprensa ANDES)
Integrantes dos comandos nacionais de greve e das diretorias do ANDES-SN e do Sinasefe foram recebidos, na última segunda-feira (27), pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e apresentaram as contrapropostas da categoria, sem a presença da Proifes. Depois do diálogo, o secretário de Relações de Trabalho, José Lopez Feijóo, sentou-se à mesa para reafirmar a política defendida pelo governo federal de que não haveria mais margem para negociação nem reajuste em 2024 – o que representa, na prática, a confirmação do índice de 0% para este ano. Acrescentou que assinaria o acordo com a Proifes, mesmo à revelia da categoria. Ao ser indagado sobre essa prática autoritária e antissindical, Feijóo afirmou, em tom irônico, que “daria esse tiro no pé”.
Durante a noite, o site do MGI noticiou a assinatura do acordo com a Proifes, entidade sem registro sindical, sem representatividade legal nem legítima junto à categoria docente do magistério superior e do EBTT. Antes disso, o site da Folha de S. Paulo já havia antecipado a matéria “Sindicato assina acordo para dar fim à greve dos professores federais”.
Em vídeo gravado à categoria, a presidenta da ADUFC, Profª. Irenísia Oliveira, lamentou a postura do governo federal em se negar a negociar com os/as professores/as e debater a carreira docente. “É como se os burocratas do MGI tivessem mais propriedade para tratar da nossa carreira do que os nossos sindicatos, que já têm um acúmulo histórico dessa discussão”, disse. “O governo precisa nos ouvir, nós vamos continuar, (a greve) é um movimento ainda crescente, não dá pra compreender essa atitude do governo”, completou. A diretora de Patrimônio da ADUFC, Profª. Amanda Pino, esteve em Brasília e acompanhou a mobilização da categoria do lado de fora do MGI, pressionando por diálogo.
Apesar do deboche do representante do MGI e da recusa em dar continuidade à negociação e ouvir as demandas dos/as professores/as sistematizadas por ANDES-SN e Sinasefe, a força da mobilização arrancou o compromisso do governo federal de realizar nova reunião, no dia 3 de junho, às 14h, para dar uma resposta às contrapropostas. Nessa data, o Comando Nacional de Greve do ANDES-SN está articulando uma mobilização nacional com atos nos estados e na capital federal em defesa da educação. “Ainda que tenhamos arrancado essa data para uma devolutiva, o governo federal falou ‘não esperem muita coisa, a gente vai responder a mesma coisa para vocês que já estamos aqui afirmando desde o dia 19’. Mas nós podemos, sim, avançar. Há uma abertura e nós temos que construir esse dia 3 como um dia nacional de lutas, de intensificação de paralisações, de ocupações, de ações direta em todo o país para que seja um dia efetivo de negociações”, destacou o presidente do ANDES-SN, Prof. Gustavo Seferian. Também fica registrada a ausência de qualquer representação do Ministério da Educação no encontro.