A resposta do governo federal foi acelerada pela Greve Geral da Educação e intensificação da mobilização em Brasília e nos estados
Em reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente na tarde desta sexta-feira (19), o governo federal ofereceu uma nova proposta para docentes federais em greve: permanece 0% de reajuste em 2024, mas o Palácio do Planalto ofereceu 9% em 2025 e 3,5% em 2026, avançando em relação à proposta anterior de 4,5% em cada um desses anos. Ainda não é o cenário ideal, mas reafirma a importância da greve como ferramenta de luta e garantia de direitos dos trabalhadores. “Percebemos nitidamente a greve como instrumento de pressão, demonstrando a importância do movimento grevista atual e a força dos professores”, destaca o vice-presidente da ADUFC, Prof. Roberto da Justa. A proposta será votada em assembleias gerais pelos comandos de greve locais entre os dias 22 e 25 de abril.
O presidente do ANDES-SN, Prof. Gustavo Seferian, concorda com a avaliação e reafirma o papel político da paralisação. “A greve da educação fez o governo se movimentar de uma inércia de meses. Encontrou mais espaço no Orçamento e atendeu pedidos que há muito vinham sendo pleiteados pela categoria docente, que sequer arranhavam o erário”, disse. “É ainda uma movimentação tímida, mas revela o quanto a greve é o meio eficaz na conquista de avanços e vitórias em defesa do serviço público. A crescente mobilização aponta certamente que há mais que podemos conquistar”, acrescentou.
Desde julho do ano passado, quando foi instalada a mesa de negociação com o governo federal, servidores públicos federais aguardam uma posição sobre o reajuste salarial para 2024. Após meses de reuniões evasivas e sem avanços com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, a pauta veio à tona durante o 42º Congresso do ANDES-SN, que decidiu, em 28 de fevereiro, pela construção de uma greve do Sindicato Nacional. A decisão foi votada diante da frustração com mais uma rodada de negociação com o Palácio do Planalto, ocorrida no mesmo dia. A edição do evento deste ano ocorreu em Fortaleza, sediado pela ADUFC no Campus do Pici da UFC, e reuniu mais de 600 professores/as de 86 sindicatos de todo o país.