O transporte escolar é uma demanda antiga para estudantes da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira Ceará (UNILAB). Atualmente, há linhas de ônibus intercampi funcionando entre Acarape e Redenção e outras disponibilizadas, sob demanda, por prefeituras da região e do Maciço do Baturité. Entretanto, a situação é particularmente complicada para discentes que moram na capital e Região Metropolitana de Fortaleza. Para quem não tem veículo próprio, inclusive docentes, a única opção de transporte partindo da UNILAB à noite rumo à CE 060 é um ônibus de linha comercial da empresa Penha, mas o último sai às 20h de segunda a sexta-feira. As aulas da universidade, por sua vez, encerram por volta das 22h30, levando estudantes a perderem conteúdo programático ou buscarem caronas para retornarem às suas casas. Em situações mais extremas, há relatos até de evasão e desistência do curso motivadas pela dificuldade de deslocamento.
Antes da pandemia de Covid-19, a Fretcar oferecia opções de ônibus de linha e de viagem depois das 22h. Diante da falta de demanda naquela época, em razão do isolamento social e das aulas remotas, a empresa suspendeu esse horário. Em seguida, assumiu o trajeto Redenção-Fortaleza a companhia Penha, que manteve o último ônibus às 20h, conforme pode ser checado no site da própria empresa. A resposta de emergência é a ampliação das opções de linha de ônibus, mas uma solução mais definitiva a médio prazo envolve o funcionamento do VLT ou do Metrô até Baturité.
Docentes relatam que já entraram em contato com as empresas e com a reitoria da UNILAB para expor o problema, mas a situação permanece sem resolução. Eles citaram situações em que os estudantes residentes em Fortaleza e arredores precisaram dormir em Redenção por falta de transporte. Outra opção bastante comum para os alunos é se dirigir ao estacionamento da universidade e pedir carona a docentes e servidores técnicos para que possam voltar para casa. “Muitos estudantes alegam insegurança e incerteza, alguns relataram a impossibilidade de irem às aulas noturnas em determinados dias, porque não asseguraram caronas para retornarem às suas residências”, explica um dos professores ouvidos pela reportagem.
O que ocorre com frequência é a pressão dos discentes para que docentes encerrem as aulas mais cedo por medo de perderem o transporte, comprometendo o andamento das disciplinas. A ADUFC acompanha a situação e reforça a cobrança por uma resolução célere e eficaz, garantindo a qualidade do ensino e aprendizagem, bem como a segurança dos estudantes.