O encontro de mulheres ocorreu na noite de segunda-feira (21), na sede da ADUFC em Fortaleza (Fotos: Nah Jereissati/ADUFC-Sindicato)
A ADUFC sediou, na noite de ontem (21), um potente encontro com dezenas de organizações e movimentos sociais para receber a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. A iniciativa foi puxada pelo Fórum Estadual de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos e movimentos sociais e populares de mulheres e contou com a presença da vice-governadora e secretária das Mulheres do Ceará, Jade Romero, além de deputadas e vereadoras. A presidenta da ADUFC, Profª. Irenísia Oliveira, compôs a mesa do evento, ao lado de outras mulheres representando diversos segmentos da sociedade. Ainda da Diretoria do Sindicato compareceram as professoras Ana Amélia de Melo (diretora da Atividades Científicas e Culturais) e Sônia Pereira (diretora de Relações Intersindicais).
A ministra Cida Gonçalves dialogou com as mulheres presentes sobre os principais desafios para a redução das desigualdades e violências de gênero no país, adiantando que o Ministério lançará uma grande campanha contra a misoginia a partir de 31 de agosto. “Hoje temos no Brasil uma machosfera, formada por mais de 80 canais no YouTube e oito milhões de seguidores, que passa o dia pregando o ódio contra as mulheres”, criticou, afirmando que as grandes plataformas de streaming já foram procuradas pelo governo federal para retirarem esse conteúdo do ar, mas não o fizeram.
Cida Gonçalves reforçou que a mudança comportamental passa pela implementação de políticas públicas e por um pacto coletivo. “Isso não pode ser um problema apenas dos movimentos sociais, tem que ser do governo estadual, do governo federal, do Congresso Nacional…”, disse. Ainda reforçou em sua fala a urgência em se discutir a economia do cuidado (majoritariamente não remunerada), hoje concentrada nas mulheres. “É preciso retirar das mulheres o peso e a carga da política de cuidados”, destacou.
A Prof. Irenísia Oliveira ressaltou o compromisso do Sindicato com a equidade de gênero e lembrou o importante papel da universidade para a garantia de direitos sociais. “Sabemos que a educação e a universidade têm sido caminhos de emancipação para as mulheres. E precisamos garantir que elas ocupem esses espaços, que possam estudar e fazer pesquisa”, defendeu. A vice-governadora e titular da Secretaria das Mulheres do Ceará, Jade Romero, informou que o governo estadual planeja desenvolver um estudo para mensurar quanto custa a política do cuidado no estado. Também prometeu a entrega de um Plano Estadual de Políticas para as Mulheres, com viés regionalizado. “Os governos passam, mas os planos e políticas ficam”, pontuou.
O Fórum Estadual responsável pelo evento reúne integrantes de 14 partidos políticos, nove deles representados no momento. Também estiveram na mesa a deputada estadual Larissa Gaspar (PT); a secretária estadual da Juventude, Adelita Monteiro; Naira Pereira, dirigente do setor de gênero do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Ana Cláudia Silva, secretária da Mulher Trabalhadora da Central Única dos Trabalhadores (CUT); Mariana Lacerda, da Marcha Mundial de Mulheres; Cícera Costa, secretária de Mulheres da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece); e Ednilza Kokama, representado as mulheres indígenas. A vereadora de Fortaleza Adriana Almeida (PT) e a co-vereadora Lila M. Salu (PSOL), da Mandata Nossa Cara, também prestigiaram o encontro.
Mais cedo, Cida Gonçalves cumpriu agenda em Fortaleza, junto ao governador Elmano de Freitas, para anunciar mais três novas Casas da Mulher Brasileira para o Ceará (em Itapipoca, Limoeiro do Norte e São Benedito), que se somam a outros seis equipamentos já em funcionamento no estado. A ministra ainda esteve presente no Seminário de Instalação da Frente Parlamentar de Combate à Violência de Gênero, promovido pela Assembleia Legislativa cearense, no Auditório Murilo Aguiar.