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EX-PRESIDENTE DA AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA DEFENDE INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA NACIONAL

Em visita à Fortaleza a convite Adufc-Sindicato, nesta terça-feira (11), o professor Emérito da UFRJ e ex-presidente da Agência Espacial Brasileira, Luiz Bevilacqua, defendeu que o futuro governo federal deve investir prioritariamente em projetos de desenvolvimento tecnológico com raiz nacional.

Bevilacqua defende um modelo nacionalista para a área de ciência e tecnologia e citou o caso da fabricante de aeronaves Embraer que encontra-se em processo de fusão com a gigante do setor aeronáutico, a americana Boeing.

Para o cientista, invés de entregar uma empresa que nasceu pelo esforço de engenheiros e pesquisadores brasileiros – seria muito mais vantajoso para o país que houvesse uma política pública destinada a facilitar o investimento no setor, além de receber tratamento tarifário diferenciado:

“Por que entregar para os suecos a tarefa de produzir os nossos caças, se a Embraer pode desenvolver aeronaves com eficiência tecnológica semelhante?”, questionou. Luiz Bevilacqua lembrou que a Embraer já desenvolve uma aeronave militar, o KC 390, com tecnologia nacional.

Quanto ao futuro da ciência e da tecnologia no país, o ex-presidente da Agência Espacial Brasileira mostrou-se preocupado, mas preferiu aguardar os primeiros movimentos do astronauta Marcus Pontes, indicado por Jair Bolsonaro, para comandar o ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTI.

O presidente da Adfuc-Sindicato, professor Enio Pontes, afirmou que a experiência e o conhecimento do professor Luiz Bevilacqua devem ser levadas em consideração para a avaliação do cenário para a ciência e tecnologia nos próximos anos. “Amargamos tempos difíceis com o atual governo que cortou 44% dos recursos destinados à ciência e tecnologia e esperamos que o novo governo tenha a sensibilidade necessária para uma área tão importante quanto a ciência”, ponderou Enio.

Luiz Bevilacqua  

Possui graduação em engenharia civil (1959) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialização em pontes e grandes estruturas (1961), na TH Stuttgart, na Alemanha, e doutorado em mecânica teórica e aplicada (1971), na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Tem vasta experiência tanto no meio profissional e acadêmico da engenharia, como na administração acadêmica e pública, tendo trabalhado, por exemplo, para a Vale do Rio Doce, a UFRJ e para o Ministério de Ciência e Tecnologia. Ao longo de sua carreira, recebeu vários prêmios e títulos, dentre os quais destacam-se: Prêmio Shell (1959); Comendador da Ordem do Rio Branco (1994); Comendador (1995) e Grã-Cruz (1999) da Ordem Nacional do Mérito Científico; Professor Emérito da UFRJ (2008) e Doutor Honoris Causa, da Universidade Federal do ABC (2015). 

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