Professoras e professores da ADUFC-Sindicato participaram, na última terça-feira (14), da agenda de lutas do #OCUPABRASÍLIA, ao lado do ANDES-SN e demais categorias reunidas no Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe). Caravanas formadas por docentes, servidores técnicos e estudantes de todo o Brasil, incluindo o Ceará, se manifestaram ao longo de todo o dia e parte da noite contra os cortes na educação e na ciência & tecnologia, por reposição salarial e contra as privatizações. Eles acompanharam, ainda, audiência pública que tratou do tema.
São universidades, institutos federais e Cefets se somando a servidoras e servidores das demais categorias do serviço público federal, trabalhadoras e trabalhadores de empresas estatais, representantes de movimentos sociais e populares em uma grande manifestação. Pela ADUFC-Sindicato, foram representados 10 docentes, entre Diretoria e base. A adesão integral aos atos pela educação foi aprovada durante a Assembleia Geral da categoria, no dia 9 de junho.
A concentração do ato aconteceu em frente ao Anexo 2 da Câmara dos Deputados. As caravanas de estudantes que chegavam cantavam palavras de ordem como “Tira a tesoura da mão e investe na educação”, “se você paga, não deveria. Educação não é mercadoria”, “Não vai ter corte, vai ter luta”, entre tantas outras que exaltavam a unidade entre estudantes e trabalhadores na luta em defesa da educação, dos serviços públicos e pelo “Fora Bolsonaro”.
Ainda pela tarde, foi realizada uma caminhada em direção ao Ministério da Educação, com realização de ato político-cultural em frente ao Teatro Nacional. Ao passar pelo MEC, manifestantes fizeram barulho e cobraram, ao microfone e com palavras de ordem, resposta à pauta de reivindicações e o agendamento urgente de reunião com as entidades.
“É um momento extremamente relevante para a construção de uma luta que culmina na derrubada do governo Bolsonaro”, destacou o presidente da ADUFC, Prof. Bruno Rocha, que esteve no ato. “Não vamos desistir de uma educação de qualidade, gratuita e socialmente referenciada. Uma educação que produz ciência e tecnologia de qualidade e que afeta a vida do povo brasileiro”, complementou o docente, lembrando que, para a ADUFC, a atividade reforça as ações da campanha permanente Educação em Defesa da Democracia.
Além de Bruno Rocha, representaram a ADUFC a Profª. Helena Martins e o Prof. Roberto da Justa, secretária-geral e diretor de Patrimônio, respectivamente; as professoras Maria do Céu de Lima, Kelly Menezes e Jakeline Alencar, do Departamento de Fundamentos da Educação (Faced/UFC); Geny Lustosa (Departamento de Estudos Especializados, da Faced/UFC); Vanessa Jakimiu (Departamento de Teoria e Prática do Ensino, da Faced/UFC); Ivânio de Azevedo (Instituto Interdisciplinar de Sociedade, Cultura e Arte (IISCA/UFCA); e Maria Inês Escobar (Departamento de Estudos Interdisciplinares, do CCA/UFC).
A caravana do Ceará foi composta, ainda, por dois ônibus com coletivos estudantis da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Universidade Regional do Cariri (Urca), além do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Cariri (UFCA) e Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB).
Agenda de lutas visa barrar desmonte do governo Bolsonaro
O protesto buscou chamar a atenção para o desmonte que o governo federal vem promovendo na educação pública, com os sucessivos cortes orçamentários. Além disso, manifestantes cobraram do governo e do Congresso Nacional a revogação da Emenda Constitucional 95 (Teto dos Gastos), o arquivamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/20 (contrarreforma administrativa) e a reversão do sucateamento das políticas sociais e serviços públicos.
O ato também denunciou o ataque à soberania nacional, com o processo de privatização de diversas estatais, como a Eletrobrás, a Petrobras e os Correios. A entrega dessas estatais para o setor privado irá piorar e encarecer a prestação de serviços, colocando os lucros de poucos acima das necessidades da população, em especial a mais pobre. “A ideia, com isso, também é fortalecer as resistências a esse projeto de destruição promovido pelo governo federal”, reforçou a Profª. Helena Martins. O Prof. Ivânio Azevedo, da UFCA, somou-se à luta: “Estamos juntos, estudantes, docentes e servidores técnicos. É um ato importante em defesa da educação e contra os cortes”.
A estratégia de precarização, também aplicada em outras áreas, tem como uma das finalidades justificar a privatização dos serviços. No caso da Educação, abrir espaço para a cobrança de mensalidades nas universidades públicas, com a aprovação da PEC 206, já em tramitação no Congresso Nacional. “É uma pauta histórica da nossa luta, principalmente nessa conjuntura de recessão, de conservadorismo, de autoritarismo. Tira a tesoura das mãos do ministro da Educação!”, afirmou a secretária-geral do ANDES-SN, Regina Ávila, na manifestação do lado de fora do Congresso.
Além das pautas do “Ocupa Brasília”, a manifestação cobrou resposta à pergunta “Onde estão Bruno Pereira e Dom Phillips?”, em referência ao servidor da Funai e ao jornalista, respectivamente, que estão desaparecidos na Amazônia desde 5 de junho. Servidores e servidoras da Funai, que estão em greve pela exoneração do presidente do órgão, Marcelo Xavier, se juntaram ao ato com cartazes e faixas cobrando justiça por Bruno e Dom e respostas do governo e do Congresso Nacional.
(*) Com informações do ANDES-SN