Defesa da democracia e combate à fome, à carestia, às privatizações e ao aumento da conta de luz, do gás, da gasolina. Essas foram algumas das reivindicações que levaram milhares de manifestantes às ruas, na última terça-feira, 7 de setembro, para reforçar o coro Fora Bolsonaro na Marcha dos Excluídos. O ato, que contou com adesão da ADUFC-Sindicato, teve concentração na Praça da Cruz Grande (Serrinha), em Fortaleza, e percorreu as ruas do bairro até a Praça do Delta, nas proximidades do Terminal da Parangaba.
A manifestação integra a campanha nacional Fora Bolsonaro e foi articulada na capital cearense pelas Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo e pelo Fórum Sindical, Popular e de Juventudes de Luta pelos Direitos e pelas Liberdades Democráticas. A ADUFC participou do processo de mobilização e divulgação da atividade e disponibilizou um micro-ônibus, saindo da sede do sindicato, para o ato. Também distribuiu frascos de álcool gel e máscaras PFF2 para manifestantes e moradores da comunidade.
Com bandeiras, faixas e cartazes, milhares de pessoas cobraram o impeachment de Jair Bolsonaro e teceram críticas à conduta do Governo Federal em relação à pandemia de Covid-19, bem como à disparada nos preços da gasolina, do botijão de gás e de alimentos da cesta básica. Também foi reivindicada a ampliação do auxílio emergencial para R$ 600 para as famílias mais vulneráveis.
O ato ocorre no cenário em que o Brasil se aproxima de 600 mil mortes em decorrência da Covid-19, e isso também foi lembrado nas falas e mensagens disparadas no protesto. A agenda é um contraponto às ameaças golpistas e aos atos antidemocráticos realizados no mesmo dia, instigados pelo presidente da República, que incentiva o ataque a instituições democráticas, como o Supremo Tribunal Federal (STF), e pedidos de intervenção militar.
“Ao contrário deles (manifestantes pró-Bolsonaro), defendemos a democracia e jamais iremos para as ruas pedir o fim do STF. Nós viemos aqui para pedir os direitos da população. Para dizer que o povo pobre desse país não aguenta mais a inflação que nós estamos vivendo, a crise econômica e o desdém que o governo faz com a crise sanitária”, afirmou o Prof. Bruno Rocha, presidente da ADUFC.
Atos se espalharam em mais de 200 cidades
Esse foi o quinto ato nacional que pede o impeachment de Bolsonaro e o dia em que foi realizado o 27º Grito dos Excluídos e Excluídas em pelo menos 200 cidades do Brasil e de outros países, com público de mais de 300 mil pessoas. Essa agenda, historicamente, propõe uma narrativa popular às comemorações oficiais do Dia da Independência e, nesta edição, teve como lema “Vida em Primeiro Lugar”.
Em dezenas de cidades, os protestos foram acompanhados por ações de solidariedade, como é o caso de Fortaleza, com arrecadação e doação de toneladas de alimentos à população mais atingida pela fome. Durante a Marcha dos Excluídos, foram entregues, na Lagoa de Itaperaoba (uma das paradas do ato), cestas básicas de alimentos a lideranças comunitárias da Serrinha, onde a manifestação ocorreu.
O ato foi marcado pela diversidade de representações sociais e de trabalhadores, desde servidores públicos, indígenas, população LBGTQIA+, movimento de mulheres, movimento negro e estudantes. A ADUFC ainda marcou presença em manifestação realizada no Crato, onde distribuiu máscaras PFF2. A concentração ocorreu pela manhã na Praça São Vicente, e o ato partiu até o bairro Alto da Penha, após um café da manhã na praça.
Também foram realizados protestos em outros municípios do interior, como Crateús, Canindé, Tamboril, Itapipoca, Caucaia, Guaraciaba do Norte, Limoeiro do Norte, Tianguá, Maracanaú e Maranguape, com presença de representantes de pastorais sociais, movimentos populares, sindicatos e partidos políticos.