O governo Bolsonaro avança em seu projeto ultraliberal, e o foco da vez é a privatização de um equipamento com 358 anos de história e tradição no Brasil: os Correios. Na última quinta-feira (5/8), a Câmara Federal aprovou, por 286 votos a 173, o projeto de lei (PL) 591/2021, do Poder Executivo, que autoriza a exploração pela iniciativa privada de todos os serviços postais. Com o retorno dos trabalhos legislativos, o presidente da Casa e aliado do Governo Federal, Arthur Lira (PP-AL), já havia mostrado pressa em incluir, imediatamente, a privatização dos Correios na pauta de votação. Agora, a matéria será analisada no Senado.
A tentativa de repassar os Correios para a iniciativa privada tem causado revolta e manifestações contrárias, uma vez que a instituição é um patrimônio do povo brasileiro e chega aos territórios mais remotos do país. O Fórum Permanente em Defesa do Serviço Público – Ceará está reforçando as mobilizações contra a privatização da entidade e denunciando parlamentares sem compromisso com o país. Votaram contra os 100 mil trabalhadores dos Correios e os milhões de brasileiros que valorizam essa grande empresa pública do país os deputados federais cearenses AJ Albuquerque (PP), Aníbal Gomes (DEM), Jaziel Pereira (PL), Genecias Noronha (SD), Heitor Freire (PSL) e Vaidon Oliveira (PROS).
Privatizar os Correios nestes tempos tampouco faz sentido do ponto de vista financeiro, uma vez que a instituição tem alcançado lucro recorde. A ECT registrou, apenas em 2020, R$ 1,58 bilhão de lucro. Além de lucrativa, a empresa atende áreas do Brasil que dificilmente contarão com serviços de empresas privadas devido à baixa remuneração e ao alto custo para chegar a algumas localidades.
As agências dos Correios, em vários pequenos municípios e áreas periféricas, também prestam outros serviços essenciais à população, para além do envio e recebimento de correspondências, o que deixará de acontecer com a privatização. De acordo com a ECT, em 60% dos municípios brasileiros, a empresa é a única representante da União. A demanda pelos serviços de Correios engloba atividades como consulta na Serasa, emissão e regularização de CPF, recebimento de malotes, serviços postais de prefeituras e da área de educação, pagamentos de aposentadoria e salários dos servidores municipais e estaduais, dentre outros.
A ADUFC continuará se mobilizando contra a privatização dessa instituição histórica, reforçando a agenda de lutas do Fórum Permanente em Defesa do Serviço Público – Ceará. Defenda o patrimônio público! Diga não à privatização dos Correios!
(*) Com informações do ANDES-SN