Declarações elitistas do ministro Paulo Guedes divulgadas por veículos de imprensa nesta quinta-feira (29/4) causaram indignação em diversos setores quando ele se referiu ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) como um “desastre” e apontou, de forma depreciativa, que o programa ofereceu bolsa de ensino superior “até para o filho do porteiro” do seu prédio. Ele usou o exemplo para defender a tese de que o Fies beneficiou pessoas “sem capacidade”.
Em nota, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (Uerj) respondeu às declarações lamentáveis de Guedes e disse que os filhos e filhas da classe trabalhadora elevam o padrão da instituição.
“A Uerj se orgulha de ter em seu corpo discente filhos de porteiros, de empregadas domésticas, de trabalhadores em geral, que vêm contribuindo para elevar os padrões de excelência de nossa Universidade em todos os rankings nacionais e internacionais. Uma Universidade referenciada socialmente que prepara os filhos da classe trabalhadora para um Brasil mais justo, mais plural e em que a ciência e a tecnologia sejam levadas a sério”, diz o texto.
Essa e outras falas elitistas de Paulo Guedes sobre o financiamento estudantil foram captadas em reunião do Conselho de Saúde Suplementar (Consu) na última terça-feira (27/4). Os ataques de Guedes ao Fies aconteceram enquanto ele defendia que a iniciativa privada é mais eficiente do que o poder público.