Suspensão do semestre letivo 2020.1, ampliação do tempo para planejamento e reconstrução da Proposta Pedagógica Emergencial (PPE) apresentada pela PROGRAD, além de maior tempo para formação docente e discente, estão na pauta de reivindicações encaminhadas hoje (12/6), via ofício, à reitoria da UFC. As cobranças à administração superior da universidade foram aprovadas pelo Conselho de Representantes da ADUFC na última segunda-feira (8), em reunião deliberativa ampliada, realizada por videoconferência. Outro encaminhamento aprovado no encontro – com 143 participantes, sendo 62 conselheiros/as – foi a consideração de pesquisas sobre atividades remotas feitas pelas coordenações de curso, em que se tenha um painel real e completo da situação dos estudantes neste período de pandemia da Covid-19.
No entendimento do Conselho, a UFC deve se comprometer com garantias, ampliação e prorrogação dos auxílios estudantis, e com o fornecimento de condições laborais adequadas aos docentes que as requisitarem, como computadores, mobiliário, custos com atividade remota e material de gravação. A garantia de que professores/as com mais de 60 anos ou com comorbidades não sejam obrigados a ministrar aulas caso se considerem impossibilitados foi outra reivindicação aprovada na reunião. Assim como a não realização de atividades para docentes com férias homologadas (reagendamento de férias quando necessário).
A reunião ampliada do Conselho de Representantes exige da universidade a definição clara de um plano de retorno presencial, para quando este for possível, além de garantias de sua execução, com a segurança da oferta de insumos, material de limpeza e Equipamentos Individuais de Proteção (EPIs), por exemplo.
A administração superior da universidade deve ser cobrada, ainda, no sentido de apresentar um plano de contratação de professores substitutos, além da realização e homologação de concursos de efetivos para vagas ociosas. A proposta final, após a reestruturação, deve ser feita em reunião conjunta do CEPE e do CONSUNI. Ou seja, diferentemente do que ocorreu antes, quando as discussões para elaboração das diretrizes da PPE foram encerradas de forma precoce e sem um debate amplo com a comunidade acadêmica. E mais: a partir de uma realidade paralela baseada na “pesquisa” conduzida pela PRAE que revelou que apenas 1% dos estudantes não tem acesso à internet.
Diretoria e conselheiros da ADUFC, junto com os demais docentes que participaram da reunião ampliada, entendem que os resultados da pesquisa apresentada pela PRAE e divulgada inclusive pela imprensa divergem totalmente de todas as demais feitas pelas unidades acadêmicas e do próprio DCE, que estimou esse número em 33,6% e informa que cerca de 20 mil estudantes não responderam a consulta.
Articulação necessária: comunidade universitária e suas representações legítimas
Também a partir das decisões tomadas na reunião ampliada desta semana, a Diretoria e os Grupos de Trabalho (GTs) da ADUFC vão agregar textos de construção coletiva nos departamentos para melhor elaborar uma proposta de retomada das aulas. Além de reunir estudos/pesquisas dos cursos/departamentos/centros para apresentar uma consolidação desses dados. O grupo também ficará responsável por encaminhar cartas à
Associação
Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES)
e às reitorias das Universidades Federais informando que não houve essa
situação de normalidade na UFC e que o plano não foi realizado de forma
coletiva com o devido debate.
A articulação dos
diretores das unidades acadêmicas também deve ser mantida, bem como com a
comunidade universitária e suas representações legítimas: DCE e SINTUFCE. O Conselho
também aprovou a continuidade de ações que já vêm sendo realizadas pela atual gestão
da ADUFC, que acaba de completar um ano: como atuar, do ponto de vista legal,
na defesa dos direitos de estudantes e professores nos impactos causados por
decisões autoritárias nas universidades federais do
estado do Ceará. As ações e ferramentas nesse sentido também devem ser
trabalhadas do ponto de vista da comunicação, na desconstrução da narrativa de
que a UFC esteve em plena atividade de aulas durante a pandemia. E reafirmando,
dentro da universidade e para a sociedade, a defesa pela suspensão do
calendário acadêmico.
(*) ACESSE AQUI o oficio com a pauta de reivindicações da reunião deliberativa ampliada do Conselho de Representantes da ADUFC, encaminhado hoje (12/6) à reitoria da UFC.
(**) Para acessar o manifesto da Diretoria da ADUFC sobre o retorno das aulas na UFC em tempos de pandemia, CLIQUE AQUI. Durante a reunião ampliada do Conselho de Representantes no dia 8 de junho, o documento também foi aprovado e já vem ganhando ampla divulgação junto à sociedade, tendo sido ampliada hoje (12/6), com manifesto publicado na íntegra no jornal O Povo (LEIA AQUI).