Atenta aos impactos socioeconômicos ligados à pandemia da Covid-19 no Ceará, especialmente nas comunidades periféricas de Fortaleza, a ADUFC segue apoiando iniciativas em benefício das populações mais vulneráveis. Neste necessário período de isolamento social, serão entregues, na próxima semana, 45 cestas básicas a famílias das comunidades do Lagamar, Inferninho (Vila Velha), Titanzinho/Serviluz (Cais do Porto), Marrocos (Bom Jardim), Planalto Pici e Jangurussu. As doações serão feitas em parceria com o movimento SerPonte Fortaleza.
Imagens: SerPonte Fortaleza/Reprodução
O Ceará já registra 1.374 casos de novo coronavírus, segundo o informe epidemiológico divulgado hoje (8/4) pela Secretaria da Saúde (Sesa). O número de mortes pela Covid-19 já chega a 53 no estado. O isolamento social para tentar conter o alastramento rápido da doença vem gerando graves efeitos econômicos nas periferias. As comunidades escolhidas pelo movimento estão inseridas em um contexto de luta pelo direito à moradia digna e direito à cidade.
As 45 famílias a serem atendidas estão distribuídas nos seis territórios periféricos mencionados. Em cada um deles, um(a) agente comunitário(a) está também sendo “ponte”, identificando as famílias que mais precisam ao seu redor e sendo responsável pela entrega da doações em dinheiro. É o que explica uma das idealizadoras do movimento, a pesquisadora Valéria Pinheiro, que atua no Laboratório de Estudos da Habitação (Lehab) da UFC. Ela acrescenta que, através da primeira fase da campanha, realizada nas redes sociais, o grupo já conseguiu o suficiente para beneficiar as comunidades, inicialmente, com a quantia mensal de R$ 180,00 por família ao longo de quatro meses (abr/jul). As cestas a serem doadas pela ADUFC – oriundas de recursos de orçamento para apoios externos e que não estão sendo concedidos devido ao isolamento social – serão adicionadas à contribuição do mês de abril.
MLB e MTST também na rota de solidariedade
Em Fortaleza, a ADUFC também vem se inserindo numa rede de solidariedade que atende famílias carentes dos bairros Sítio São João, Curió, Dias Macedo, Quintino Cunha; Genibaú, Praia do Futuro e Pan Americano. O sindicato doou 50 cestas básicas que foram entregues a essa população no último dia 1º de abril, intermediadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB – Ceará). Informações sobre como realizar depósitos em dinheiro de qualquer valor ou fazer doação de cestas básicas e material de higiene podem ser obtidas pelo telefone (85) 9 9958.3115 – Claudiane Maria Campelo.
Fotos: MLB-Ceará/Divulgação
Doação de 30 cestas básicas e apoio para compra de material de higiene, produtos de limpeza, máscaras e medicamentos também foram direcionados pela ADUFC ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) no fim do mês de março. Uma campanha nacional está sendo realizada pelo Movimento durante o período de isolamento social imposto para contenção da pandemia. Em todo o Brasil, após três etapas da campanha, 14.500 pessoas já foram beneficiadas. Além de populações periféricas do Ceará, as doações já chegaram a famílias dos estados de Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Roraima, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal. Para ajudar as famílias atendidas pela campanha MTST, que acaba de entrar em sua 4ª etapa, foi criada uma vakinha virtual (para colaborar, clique aqui).
Atenção aos produtores agroecológicos
Todas as 80 cestas básicas já entregues pela ADUFC ao MTST e ao MLB foram compradas de um outro segmento econômico que tem sofrido fortemente os impactos do isolamento social: os produtores agroecológicos. Outras 100 cestas já foram encomendadas (as 45 mencionadas anteriormente e que serão doadas ao SerPonte Fortaleza, além de outras 55 a serem entregues a outros movimentos – saiba quem ajudar clicando aqui). Sem os mercados e feiras para escoamento dessa produção, essa classe trabalhadora também se mantém em situação de vulnerabilidade.
O presidente da ADUFC, Prof. Bruno Rocha, informa que as cestas estão sendo adquiridas diretamente dos produtores do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). “Os agricultores agroecológicos que produzem e comercializam saúde sob a forma de alimentos livres de veneno devem ser protegidos neste momento de isolamento social”, defende Inês Escobar, professora do Curso de Economia Ecológica da UFC. Ela defende ainda que a proteção a esses agricultores deve vir de toda sociedade, “mas é o Estado que tem maior condição de realizar a defesa deles”.
(*) A ADUFC segue divulgando em seu site uma lista em constante atualização sugerindo campanhas de arrecadação e distribuição de insumos a segmentos mais vulneráveis da população neste momento de isolamento social. Saiba como ajudar clicando aqui.