A Prof.ª Amanda Pino, diretora de patrimônio da ADUFC-S.Sind, participou, no último final de semana, de reunião do Grupo de Trabalho de Política e Formação Sindical do ANDES-Sindicato Nacional, em Brasília (DF). O encontro, com três dias de programação, debateu temas como a intensificação do trabalho docente, a ameaça da reforma administrativa (PEC 32/2020) e o combate à criminalização docente nas IFES.
O painel de abertura, com o tema “intensificação do trabalho docente diante da implantação nas IFES do Programa de Gestão e Desempenho (PGD) (Decreto 11.072/2022) e seus similares nas IEES/IMES”, debateu questões sobre a operacionalização do programa e seus impactos na carreira docente. “Esse processo de utilização do PGD por mais que seja visto como algo que vai ser positivo em alguns casos – como o de professores que pegam duas horas de trânsito e, com ele, vão poder desenvolver seu trabalho em casa — é também um elemento que pode vir a precarizar as nossas atividades, porque nós vamos ter elementos de avaliação contínua que, se não houver um critério muito bem definido de como vai ser essa avaliação, pode ser que professores possam ser perseguidos”, refletiu a Prof.ª Amanda Pino. “Outra questão é de que as nossas atividades vão ser como se fosse por prazos, por objetivos, por produtos, e não mais de uma forma um pouco mais livre como é hoje. Então pode ser que a gente entre num espaço de ainda mais trabalho, no desenvolvimento de cada vez mais atividades, e isso acabar gerando sobrecarga”, finalizou.
No segundo dia de encontro, o foco da discussão foi a Contrarreforma Administrativa, a PEC 32, e os riscos de aumento da precarização da carreira docente e a quebra dos regimes previdenciários, além da extinção de cargos, mudanças nos processos seletivos e demais ameaças contidas na proposta. “Por mais que a PEC 32 não tenha passado na sua integralidade, houve minirreformas que acabaram fragmentando essa contrarreforma e a fazendo passar de forma fatiada. Nós debatemos sobre a importância dos servidores públicos para a educação, principalmente no período das intervenções nas IFES. Se a gente não tivesse servidores concursados e comprometidos com o ensino público gratuito e de qualidade as intervenções teriam sido ainda mais nefastas”, analisou Amanda.
Por fim, o encontro ouviu relatos de docentes de diversas universidades e institutos federais e estaduais que sofreram criminalização de sua atuação sindical em defesa da carreira docente, sendo perseguidos com processos administrativos e multas. Foi liberada a composição de campanhas em defesa do serviço público e contra a criminalização docente e sindical. “Precisamos nos fortalecer para que a luta sindical para que ela não seja criminalizada, para que não seja vista como crime, e sim como um instrumento na defesa dos nossos direitos”, finalizou.