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TERRA TRADICIONAL – ADUFC debate lutas ancestrais e desafios contemporâneos dos povos indígenas

O debate ocorreu no auditório José Albano, no Centro de Humanidades 1 da UFC (Fotos: Nah Jereissati/ADUFC)

A ADUFC promoveu ontem (12) o debate Povos Indígenas: lutas ancestrais e desafios contemporâneos, no auditório José Albano (Centro de Humanidades 1 da UFC). Uma das convidadas da mesa foi a liderança indígena Yasmin Anacé, assistente técnica de Conflitos Povos e Comunidades Tradicionais do Instituto de Desenvolvimento Agrário do Ceará (IDACE), onde tem atuado na construção de uma política do Bem Viver nos territórios tradicionais. Ela fez uma reflexão sobre a negação, que até hoje persiste, dos povos indígenas no Brasil. “Eu quero sempre afirmar que somos indígenas, sim. E que eles já silenciaram demais os nossos”, disse.

Yasmin Anacé discorreu também sobre os conflitos de terras, que ameaçam os povos tradicionais desde sempre. “O território é a nossa garantia, é a garantia das futuras gerações”, defendeu. O momento atual, explicou, é de retomada das políticas e espaços públicos voltados para a garantia dos direitos dos povos indígenas, fortemente atacados durante o último governo de extrema direita no Brasil, entre 2019 e 2023. “A Funai e o INCRA foram desmantelados”, destacou.

Suene Honorato abordou a Carta Guarani-Kaiowá, de 2012, para contextualizar a luta dos povos indígenas ao longo das últimas décadas. O documento é uma declaração dramática dos Guarani-Kaiowá, do Mato Grosso do Sul, que estavam sob ameaça de despejo de suas terras tradicionais. Eles afirmavam que, diante da possível remoção forçada, prefeririam a morte coletiva ao deslocamento, uma vez que suas terras estão diretamente ligadas à sua identidade, cultura e espiritualidade. “A luta indigena surgiu a partir da luta em prol da legislação”, apontou a docente. “A gente ainda não denunciou o genocídio dos povos indígenas com a ênfase necessária”, ressaltou Suene, citando a forma “poética” como a literatura ainda se refere aos povos originários. 

Babi Fonteles, por sua vez, falou sobre a resistência dos povos indígenas para manter sua cultura e ancestralidade. Também fez um relato pessoal sobre suas memórias familiares e vivências com esses povos durante a infância e juventude. A mediação da conversa foi feita pela Profª. Ana Amélia de Melo, diretora de Atividades Científicas e Culturais da ADUFC e docente do Departamento de História da UFC.

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