Representantes de diversos movimentos sociais reuniram-se na ADUFC na última terça-feira (16)
A ADUFC recebeu, na última terça-feira (16), representantes de movimentos sociais e coletivos populares para debater a participação do estado do Ceará na preparação da Cúpula dos Povos Frente ao G20. Foram encaminhadas atividades a serem realizadas nos próximos meses para dar visibilidade ao tema e chamar atenção para a reunião do G20, agendada para os dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro. Estavam presentes a presidenta da ADUFC, Profª. Irenísia Oliveira, e o vice-presidente da entidade, Prof. Roberto da Justa.
A articulação vai preparar movimentos e organizações para apresentar um debate crítico diante dos principais encontros mundiais de chefes de Estado até 2025 no Brasil, sendo o primeiro o G20, que reúne 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial – dois terços da população global e mais de 75% do comércio mundial. “Parte da sociedade civil, que sofre com as consequências dos projetos e políticas pelos países mais ricos do planeta, vem se preparando para realizar a Cúpula dos Povos nos mesmos dias e local que a reunião do G20. A ADUFC está engajada nesse processo, que é aberto a todos e todas”, explica o Prof. Uribam Xavier (Deptº. de Ciências Sociais/UFC), que participa da mobilização.
Uribam ainda sugeriu a realização de seminário preparatório no estado para a Cúpula dos Povos para debater a política de financiamento energética, a criação de um núcleo de reflexão na comissão de metodologia a partir do olhar das vítimas e apoio da ADUFC no processo de divulgação e mobilização. As equipes de trabalho foram divididas em cinco grupos: infraestrutura, comunicação, mobilização, metodologia e programação. O próximo encontro de preparação ocorrerá na sede da ADUFC, no dia 6 de agosto, às 18h30.
Entre as ações já deliberadas, estão a divulgação do tema na Rádio Universitária FM e em outros veículos da mídia – o programa Rádio Debate do dia 6/8, das 11h30 às 12h30, pautará a temática, com participação de três convidados. O tradicional evento do Dia dos Excluídos, em 7 de setembro, será outro importante momento para denunciar o G20. Também foi deliberado o diálogo com os candidatos das eleições municipais deste ano, bem como a participação em outros eventos correlacionados ao tema, como a Marcha pelo Clima.
Movimentos e organizações que compõem a Cúpula dos Povos Frente ao G20 questionam as diretrizes de austeridade econômica que prejudicam a população e o chamado greenwashing (“maquiagem verde”), que busca disseminar a ideia de que a financeirização da natureza pode ajudar a mitigar a crise ambiental. Entidades sindicais, movimentos populares e organizações da sociedade civil de caráter progressista estão em processo de elaboração da Cúpula dos Povos desde setembro do ano passado.
Com o engajamento de diversos segmentos da sociedade civil de todo o país, a “Cúpula dos Povos Frente ao G20” é um processo autônomo para que as entidades e movimentos participem, organizados antes, durante e depois da agenda oficial do G20. Nos próximos meses, o Brasil também sediará mais duas importantes cúpulas de chefes de Estado: o BRICS e a COP 30 em 2025, em Belém do Pará. Em razão dessa agenda, não só as lideranças políticas, empresariais e sociais dos grandes atores internacionais passarão pelo Brasil, como também os olhos do mundo inteiro estarão voltados para o país. Por isso, na visão de sindicatos, movimentos sociais e sociedade civil, é um momento que precisa ser disputado para que possam influenciar na agenda política e econômica internacional.
Estavam representados na reunião de terça-feira (16), além da ADUFC, as seguintes entidades e coletivos: Esplar, Teias dos Povos, Marcha Mundial das Mulheres, Kizomba, Conselho Cearense dos Direitos das Mulheres, Programa Colcha de Retalhos, Alternativa Terra Azul, Marcha pelo Clima, Teia Carta da Terra, Crítica Radical, mandato do deputado Renato Roseno, Conselho Pastoral de Pescadores e Jubileu Sul.
(*) Com informações do Brasil de Fato e da Rede Jubileu Sul
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