A reunião ocorreu presencialmente na sede da ADUFC, com participação online de docentes do interior (Foto: Lorena Alves/ADUFC)
O Comando Geral de Greve da ADUFC realizou hoje (20) reunião com docentes da UFC, UFCA e UNILAB para tratar do futuro do movimento paredista nas três universidades federais cearenses. O encontro foi realizado presencialmente na sede da entidade em Fortaleza, com participação online de professores/as do interior através da plataforma Google Meet. Na ocasião, professores/as refletiram sobre o contexto atual de negociações com o governo federal e caminhos para a continuidade da mobilização do setor da Educação, independentemente da manutenção ou saída da greve. As propostas debatidas serão apresentadas na Assembleia Geral da categoria amanhã (21).
A presidenta da ADUFC, Profª. Irenísia Oliveira, fez um breve retrospecto sobre os mais recentes informes do Comando Nacional de Greve (CNG) e avaliou as conquistas do movimento grevista nacionalmente. “Conseguimos consolidar e demarcar esse espaço da força das categorias da Educação”, opinou. O vice-presidente da entidade, Prof. Roberto da Justa, reforçou que a decisão sobre o futuro da greve cabe à base sindical e a ADUFC irá seguir a decisão, independentemente de qual seja.
A Profª. Alba Carvalho (Deptº. de Ciências Sociais/UFC) defendeu como ação imediata o aprofundamento da análise de conjuntura do país, sugerindo um seminário organizado pela ADUFC para debater esse tema e com foco na formação política da base sindical, saindo da “superficialidade”. “Eu sinto necessidade de aprofundar a análise dessa conjuntura: que momento é esse que estamos vivendo no Brasil? Porque é dentro desse momento que a greve está inserida. Nós temos que ter consciência disso – nossa função social é fazer a análise desse momento. A luta é um processo. A gente não tem uma vitória de imediato, são lutas que vão se acumulando até chegar na vitória”, ressaltou. “As forças conservadoras têm um plano estratégico. E nós, o que temos?”, questionou.
Representando o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFC, Nathan de Deus apontou a necessidade de o movimento da Educação “continuar pautando a política no país”. “Temos que sair com esse compromisso: lutar contra o arcabouço fiscal, contra o Novo Ensino Médio e contra as contrarreformas. Precisamos sair mais fortalecidos para combater a extrema direita”, analisou, sendo apoiado pelo Prof. André Ferreira (FEAAC/UFC). “No contexto desse ultraconservadorismo do Congresso Nacional, já é uma vitória considerável (as conquistas da greve). Há o ganho econômico, mas principalmente de consciência. Precisamos sair organizados e apontando para a mobilização”, disse.
O Prof. Tiago Coutinho (UFCA) destacou outro avanço: a parceria de mobilização entre as entidades sindicais e a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) em defesa das universidades públicas. As professoras Kelly Menezes (FACED/UFC) e Suene Honorato (Deptº. de Literatura/UFC), por sua vez, avaliaram como tímidas as propostas conquistadas até aqui pelo movimento docente, especialmente pela manutenção do reajuste de 0% para este ano.