A atividade integra a agenda da Greve da Educação e ocorreu em diferentes estados do país, com apoio do ANDES-SN
Professoras e professores da ADUFC somaram-se nesta quinta-feira (9) a uma agenda unificada do Dia Nacional em Defesa das Universidades, Institutos e Cefets, articulada conjuntamente com SINTUFCE, SINDSIFCE e SINDUECE. A programação contou com uma aula pública na Praça do Ferreira, em Fortaleza, para dialogar com a população sobre temas centrais do serviço público e da Educação e foi mais uma oportunidade de panfletar e dar visibilidade à Greve da Educação. Docentes, técnico-administrativos e estudantes fizeram falas e responderam perguntas sobre orçamento público e outras temáticas.
A presidenta da ADUFC, Profª. Irenísia Oliveira, pediu o apoio da sociedade para a mobilização em defesa da Educação e da universidade pública. “Estamos em luta permanentemente. Se nós temos universidade pública hoje, se ela é gratuita, pública e de qualidade, isso se deve à luta dos trabalhadores da Educação, dos docentes, técnico-administrativos e estudantes”, disse. “Estamos lutando para que os nossos salários não sejam corroídos pela inflação, para que possamos ter uma carreira digna, que possa manter a qualidade da educação pública do nosso país”, acrescentou.
O Prof. Idevaldo Bodião, docente aposentado da Faculdade de Educação da UFC, abordou os recursos vinculados no Orçamento público para áreas consideradas essenciais, como Saúde e Educação, que é quando o Estado é obrigado a destinar um percentual mínimo para esses setores. “A vinculação dos recursos para a Educação vem desde 1920, já são mais de 100 anos de luta, mas obviamente esse movimento tem fluxos e refluxos. Na ditadura militar, (essa regra) foi revogada”, disse. E complementou: “Ao longo de todo período sempre existiram propostas no Legislativo para derrubar a vinculação. Se ela persiste hoje, isso se deve ao fato de estarmos na luta, presentes e reivindicando”.
Wagner Pires, da coordenação-geral do SINTUFCE, citou a postura política da greve no sentido de reivindicar uma educação pública e para o povo. “Estamos nas ruas enfrentando o grande capital, aqueles que mercantilizam a educação superior. Esse é o motivo da greve: impedir que a universidade pública se torne uma grande mercadoria”, destacou. “Quando a gente luta por um novo plano de cargos e carreiras, estamos lutando para que a universidade seja um local com qualidade de vida, trabalho e estudo para todos”, disse.
Estudante de Psicologia da UFC e integrante do Movimento Correnteza, Icaro Rionds citou as desigualdes que restringem o próprio acesso à universidade pública. “Ingressar na universidade exige um preparo integral e muitos estudantes precisam trabalhar para sobreviver. Temos uma política de cotas que ampliou o acesso de pessoas de diferentes etnias e classes sociais na universidade, mas precisamos também de políticas de permanência estudantil”, ressaltou, alertando para os riscos do Novo Ensino Médio.
O Dia Nacional em Defesa das Universidades, Institutos e Cefets, ocorrido em vários estados do país com apoio do ANDES-SN, reforçou pautas como o fim das intervenções nas universidades, a ampliação do orçamento destinado às Instituições Federais de Ensino (IFE) e a paridade entre servidores/as ativos/as e aposentados/as.