Na passagem por Brasília, a ADUFC participou de audiências públicas, atos, marchas e aulão em frente ao MEC (Fotos: ANDES-SN)
A ADUFC esteve presente nesta semana na mobilização nacional em Brasília em defesa da recomposição salarial do funcionalismo federal e do orçamento das universidades. A seção sindical e a Regional Nordeste 1 do ANDES-SN enviaram um ônibus saindo de Fortaleza para a capital federal com docentes, técnicos administrativos e estudantes para a marcha dos servidores públicos federais, na última quarta-feira (17), que reuniu cerca de 10 mil pessoas. A concentração ocorreu na Catedral de Brasília com caminhada até o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). Durante a tarde, manifestantes participaram de aulão em frente ao Ministério da Educação (MEC), organizado por ANDES-SN, Sinasefe e Fasubra Sindical.
Na quinta-feira (18), servidores públicos federais realizaram um “Café com Lula”, em frente ao Palácio do Alvorada, pressionando por um diálogo com o presidente da República. A diretora de Relações Intersindicais da entidade, Profª. Sônia Pereira, esteve em Brasília durante toda a semana no Comando Nacional de Greve e participou da mobilização. Também estava presente o Prof. André Ferreira (FEAAC/UFC), ex-presidente da ADUFC. No mesmo dia, foi realizada uma plenária sobre a carreira dos trabalhadores da Educação federal. Já em decorrência da intensificação da mobilização das categorias, o governo federal decidiu realizar uma nova reunião da mesa de negociação na tarde desta sexta-feira (19), mostrando que a pressão tem resultados.
Os manifestantes foram recebidos por um mediador do governo federal, que solicitou a formação de uma comissão para dialogar com o Palácio do Planalto. A comitiva foi recebida por um assessor do presidente Lula, que prometeu interceder junto ao secretário de Relações de Trabalho do MGI, José Lopez Feijóo, para que avalie com mais abertura as propostas levadas pelo grupo.
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Dandahra Cavalcante, secretária-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFC, foi uma das integrantes da caravana a Brasília. “A gente veio reforçar, no ato unificado da Educação, como a valorização dos servidores públicos influencia diretamente a defesa dos direitos humanos e o direito à educação, e como hoje nós não temos de fato a educação como prioridade”, destacou. “Vivenciamos esse desmonte não só na nossa universidade, mas em todas as federais. Só muda o CEP. Viemos denunciar essa situação e dizer que não vamos arredar o pé enquanto não tiver recomposição e valorização dos servidores públicos”, acrescentou.
Na terça-feira (16), a Profª. Sônia Pereira representou a ADUFC em duas audiências públicas na Câmara Federal: uma sobre o processo democrático de destituição do reitor interventor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e outra sobre a Greve na Educação Federal, promovida pelo mandato da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
Na primeira audiência, Sônia fez um relato sobre a intervenção vivenciada na Universidade Federal do Ceará (UFC), entre 2019 e 2023, fortemente combatida pela ADUFC. Ela citou o cerceamento das liberdades na universidade, o desvirtuamento do caráter público da educação e a priorização de interesses privados e empresariais e lamentou a ausência de legislação barrando a nomeação antidemocrática de reitores não eleitos pela comunidade universitária. “Não se consegue direito sem mobilização, mas a lei formaliza isso”, reforçou.
Na segunda-feira (15), a diretora de Relações Intersindicais da ADUFC participou, em Brasília, do debate “A Dívida Pública e a Educação”, sediado no Auditório Marielle Franco, na sede do ANDES-SN. A palestra foi conduzida pelo por Rodrigo Ávila, economista da Auditoria Cidadã da Dívida (ACD).