A ADUFC vem a público dialogar com estudantes e comunidade acadêmica sobre o Calendário Universitário durante o período de greve nas universidades federais do Ceará. É fundamental ressaltar que, uma vez que docentes e técnicos administrativos já instalaram o comando de greve, seguindo deliberação das assembleias gerais, os calendários da UFC, UFCA e UNILAB já estão, na prática, interrompidos, por decisão soberana das categorias. A ADUFC também defende que o pagamento das bolsas de assistência estudantil e dos programas de bolsas em geral não seja paralisado em nenhum momento.
Ao final do período de greve, o Calendário das universidades será replanejado, como ocorre historicamente, com pactuação entre as categorias e a administração superior, repondo todas atividades letivas ao corpo discente. Sobre esse tópico, a ADUFC reforça que já agendou audiências com os reitores das três universidades federais cearenses para tratar de temas de interesse da comunidade universitária sobre a greve.
Professoras e professores partilham da preocupação com os impactos acadêmicos ao corpo discente. No entanto, compreendemos que, sob nenhuma alegação tecnicista, justifica-se a continuidade de atividades docentes isoladas, desrespeitando a decisão coletiva de sua categoria. Quando alguns professores decidem não aderir à greve enquanto outros participam, isso, sim, pode levar à falta de continuidade no currículo e na instrução dos alunos. Alguns estudantes podem até perder parte do conteúdo ou receber informações contraditórias, prejudicando seu progresso acadêmico.
A greve nunca é um caminho fácil – é a última alternativa quando as reivindicações não encontram eco nos setores governistas. Ir na contramão dessa decisão coletiva, no entanto, também não agrega na luta coletiva por direitos, que, ao final, beneficiará a todos.
A greve é um direito legítimo assegurado constitucionalmente e, quando construída coletivamente e com grande adesão, tem chances mais concretas de alcançar resultados eficazes mais rapidamente.
O Calendário Universitário está paralisado, mas a formação e a vivência que a universidade propicia, não! A nossa sala de aula agora é nas ruas, nos campi, nas rodas de conversa e no diálogo permanente sobre os rumos da universidade pública que queremos, com profissionais valorizados e qualidade assegurada. Vem pra luta!