Entidades sindicais saíram frustradas mais uma vez da reunião de negociação com o governo federal na última quarta-feira (10). Foto: ANDES-Sindicato Nacional.
A mais recente rodada de negociações entre servidores/as públicos/as federais e o governo federal, na última quarta-feira (10), terminou mais uma vez frustrada para as entidades sindicais. Integrantes do Executivo federal seguiram indiferentes à pressão das categorias e ignoraram o recado dado pelas bases que foram decisivas na vitória de Lula no pleito de 2022 contra Bolsonaro. Na reunião, os interlocutores do Palácio do Planalto mantiveram a proposta de reajuste salarial zero em 2024. No mesmo dia, a reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior do ANDES-SN, na qual a ADUFC esteve presente, ratificou a deflagração da greve docente iniciando em 15 de abril.
Além disso, o governo chegou a condicionar os indicativos de reajustes para os próximos dois anos ao aceite de um acordo repleto de restrições de direitos. Entidades sindicais ainda lamentaram o discurso antissindical adotado pelo governo ao indicar que ou servidores/as põem fim às greves ou as negociações seriam interrompidas. Na minuta do compromisso apresentada pelo secretário de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e Inovação (MGI), José Lopez Feijóo, o texto foi explícito no parágrafo 2º de seu art. 2º: “Durante o processo de negociação, interrupções (total ou parcial) de serviços públicos implicarão na suspensão das negociações em curso com a categoria específica”. A bancada sindical protestou.
No início da noite de quarta-feira (10), o governo enviou o documento final da proposta apresentada na 8ª rodada de negociação da Mesa Central recuando na violenta ameaça ao direito de greve de trabalhadoras e trabalhadores. O documento pode ser acessado no site do ANDES-SN.
Proposta do governo é centrada em penduricalhos
Em reunião do setor das IFES ocorrida no mesmo dia da rodada de negociações, o ANDES reforçou que não se rendará a ameaças judiciais contra a greve. Foto: ANDES-Sindicato Nacional.
O governo reafirmou a posição em defesa de soluções injustas e manteve a ideia de reajuste dos penduricalhos: o Auxílio Alimentação passando de R$ 658 para R$ 1000, a Assistência Pré-escolar de R$ 321 para R$ 484,90 e o valor per capita da Saúde Suplementar reajustado em 51%. Servidores aposentados ficam de fora, entretanto, da maioria desses benefícios, ampliando as desigualdades de condições. Ainda conforme a proposta, a instalação das Mesas Específicas e Temporárias ocorrerá até o mês de julho e o MGI encaminhará ao Congresso Nacional os projetos de lei à medida que as negociações sejam finalizadas.
O protesto da bancada sindical na reunião da Mesa Central no MGI frente à atitude antissindical do governo reverberou na reunião do Setor das Ifes, que era realizada no mesmo dia, na sede do Sindicato Nacional. A diretora de Relações Intersindicais da ADUFC, Profª. Sônia Pereira, participou da reunião. Por maioria, o setor confirmou o início da greve em 15 de abril e deu o recado de que o ANDES-SN não se renderá a ameaças de judicialização.
(*) Com informações do ANDES-SN