O ato mobilizou docentes, técnicos administrativos e estudantes nesta quarta-feira (3) (Foto: Nah Jereissati/ADUFC)
A ADUFC foi às ruas, na manhã desta quarta-feira (3), marcar presença no ato unificado pela recomposição salarial e reestruturação das carreiras dos servidores federais. A manifestação ocorreu no cruzamento das avenidas da Universidade e 13 de Maio, na altura da reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC). Além de docentes, a atividade contou com a participação de técnicos administrativos, que já estão em greve, e representantes do movimento estudantil. Entre as pautas reivindicadas, também estão melhores condições de trabalho, recomposição do orçamento das universidades públicas, equiparação dos benefícios entre servidores dos três poderes e equidade de direitos para aposentados.
Em sua fala, a presidenta da ADUFC, Profª. Irenísia Oliveira, destacou o histórico de negociações com o governo e a falta de uma resposta que atendesse às demandas apresentadas pelas categorias. “Zero por cento de reajuste é inaceitável, significa a redução dos nossos salários, um achatamento salarial. Aqui não é nem uma questão de aumento, mas de ter o salário minimamente preservado”, ressaltou. “Os reajustes que nós tivemos foram ainda conquistados no governo Dilma e, de lá pra cá, tivemos uma perda salarial grande. E nós colocamos essa situação na mesa de negociação do governo, mas não tivemos a devida resposta”, acrescentou.
A diretora de Relações Intersindicais da ADUFC, Profª. Sônia Oliveira, defendeu a mobilização como estratégia de luta por direitos sociais, enfrentando a hegemonia do sistema financeiro e um Congresso Nacional com bancadas ultraconservadoras. “Mobilizar é a única solução que nós temos, é a saída para alcançar os nossos direitos”, reforçou, citando a retirada de uma série de direitos dos servidores aposentados nos últimos anos. “O fio que passa por tudo isso é a nossa condição de trabalhadores. Isso a gente não pode esquecer. O trabalhador nunca teve direitos sem mobilização. É pra isso que eu chamo a atenção hoje”, complementou a docente, que compõe a coordenação colegiada do Fórum Permanente em Defesa do Serviço Público – Ceará.
No dia 20 de março, Assembleia Geral convocada pela ADUFC aprovou o indicativo de greve nas três universidades federais cearenses: UFC, UFCA e UNILAB. A greve dos/as técnicos administrativos e docentes federais integra uma mobilização nacional com participação de entidades sindicais de todo o país e está inserida no contexto da campanha salarial dos servidores públicos federais e da proposta do governo de reajuste zero em 2024. A contraproposta apresentada pelas entidades sindicais é de 22,71%. O governo federal, por sua vez, ofereceu 9%, em duas parcelas de 4,5%, com a primeira a ser paga apenas em maio de 2025 e a outra metade em 2026.