A ADUFC participou, na manhã desta quarta-feira (24), de ato unificado pela campanha salarial dos/as servidores/as públicos/as federais, ao lado de mais 27 entidades. A mobilização ocorreu em frente ao prédio da Receita Federal, em Fortaleza, e contou com o apoio massivo do movimento estudantil, representado por diferentes coletivos. Servidoras e servidores cobram do governo proposta de reajuste salarial digno, que não aprofunde as perdas salariais recentes. Isso porque, na última manifestação do Palácio do Planalto sobre o tema, em dezembro, foi confirmado não haver previsão de recomposição salarial para 2024. O que o Executivo federal oferece é um índice de 9% (dividido em 2025 e 2026) e a atualização de alguns benefícios, mas esta última conquista não contempla servidores aposentados.
A presidenta da ADUFC, Profª. Irenísia Oliveira, que esteve presente no ato, foi uma das dirigentes sindicais a fazerem fala no programa ao vivo do Fórum Permanente em Defesa do Serviço Público – Ceará, diretamente da manifestação. Ela lamentou os resultados da Mesa Nacional de Negociação Permanente até agora. “Recebemos uma proposta muito abaixo das nossas reivindicações. Causou muita indignação porque, no início do governo, numa das primeiras falas do Lula, ele reconheceu a defasagem salarial dos servidores. Nós esperávamos que haveria uma sensibilidade do governo em relação à nossa recomposição salarial”, ressaltou. “Nós viemos manifestar nossa insatisfação com os rumos da nossa campanha salarial para o ano de 2024”, complementou.
Irenísia Oliveira salientou que a luta do funcionalismo público é para que as perdas salariais dos últimos anos, resultado das políticas de congelamento dos governos Temer e Bolsonaro, não sejam ampliadas. “Não estamos pedindo aumento de salário, estamos pedindo apenas que o nosso salário não seja corroído pela inflação. Quando o governo não recompõe o salário, significa que, na prática, ele foi reduzido. A nossa reivindicação é para que os servidores públicos sejam tratados de acordo com o papel que desempenham na sociedade”, defendeu a docente. Também representaram a ADUFC no ato as professoras Daniele Bezerra e Aline Abbonizio, 1ª tesoureira e 1ª secretária do sindicato, respectivamente.
O ato foi organizado coletivamente pelos fóruns nacionais das entidades dos servidores públicos federais (Fonasefe) e das carreiras típicas de Estado (Fonacate), pelo Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Ceará (SINTSEF) e pelo Fórum Permanente em Defesa do Serviço Público – Ceará, no qual a ADUFC ocupa a coordenação colegiada. A manifestação foi replicada em outros estados, lembrando também a ocasião do Dia Nacional de Luta das Aposentadas e dos Aposentados, que reforça a luta por isonomia de direitos entre servidores ativos e aposentados no funcionalismo público.
O índice oferecido em dezembro pelo Executivo federal aos servidores foi de 9%, dividido em duas parcelas, mas com a primeira a ser paga apenas a partir de maio de 2025 e a outra metade em 2026, além do reajuste do Auxílio Saúde de R$ 658 para R$ 1.000 e de outros benefícios que não contemplam trabalhadores/as aposentados/as. A recomposição reivindicada inicialmente pelas entidades sindicais considera as perdas salariais entre 2010 e 2023 e era dividida em dois blocos. O grupo que inclui docentes de universidades federais pedia 39,92% parcelado em três anos. Após avaliação negativa da oferta do governo, as entidades irão debater uma nova proposta a ser apresentada na Mesa Nacional de Negociação Permanente.