A Diretoria da ADUFC vem a público manifestar apoio ao Prof. Fábio Sobral, ao Curso de Economia Ecológica da Universidade Federal do Ceará (UFC) e a toda sua comunidade acadêmica frente ao assédio institucional e ideológico denunciado nos últimos dias pelo Centro Acadêmico do curso e pelo docente.
O Curso de Economia Ecológica destaca-se na universidade pela qualidade e novidade de seu projeto pedagógico, que se diferencia de propostas tradicionais pela abordagem pedagógico-científica ousada e transformadora. Na Economia Ecológica realmente se incorpora a ideia de um curso socialmente referenciado, no qual o conhecimento e a experiência do mundo andam juntos. Por esse motivo, é um curso que conta com o reconhecimento e o interesse dos movimentos sociais e com o apreço de colegas de várias unidades acadêmicas.
Infelizmente, este curso, depois de uma excelente acolhida inicial por parte da gestão da universidade (diretoria e reitoria), vem sofrendo ao longo dos anos com todo tipo de precariedade: falta de professores, de infraestrutura, de pessoal de atendimento, de estrutura administrativa, de recursos financeiros. Por quase uma década, a Economia Ecológica se sustentou naquele núcleo docente que a concebeu e se manteve comprometido com a existência e a continuidade do curso, aguardando que as carências iniciais fossem gradualmente sanadas. Não foi o que aconteceu. Elas perduraram e têm sido agravadas pela postura desprestigiosa e autoritária da diretoria da unidade acadêmica, cujas “soluções administrativas” encaminham para a fragmentação e a descaracterização do curso, como se pode perceber na denúncia do Prof. Fábio Sobral, mas também na nota da própria diretoria do CCA sobre o tema.
A Diretoria da ADUFC vem aqui se posicionar para que sejam dadas verdadeiramente soluções aos problemas do curso de Economia Ecológica, com o respeito que sua proposta científico-pedagógica merece, com o respeito que os docentes que o criaram merecem, e, sobretudo, com o respeito que seus estudantes merecem. Pois são estes que serão impactados profundamente se o curso for desmontado e desviado de seus rumos. Também a UFC merece que os problemas dos cursos sejam resolvidos de maneira mais respeitosa e democrática, ainda mais quando se trata de garantir a existência de um curso como o de Economia Ecológica, que a confirma como universidade, ao permitir-se a criatividade, o pensamento não dogmático e a busca de novas práticas pedagógicas.
Gostaríamos de fazer aqui especialmente um desagravo ao Prof. Fábio Sobral, que viu sumirem as disciplinas que propôs e ministrou ao longo de anos, sem sequer um aviso. É verdade que as disciplinas não são dos professores, mas são ainda menos dos diretores. E, no mero exercício do poder, nós sabemos reconhecer uma violência institucional. Aqui a denunciamos para que possamos realmente aprofundar a democracia em todos os cantos da UFC.
Reivindicamos da reitoria da UFC e da diretoria do CCA que atentem para a situação do curso e promovam as discussões que levem a soluções reais. Os corpos docente e discente do curso estão insatisfeitos há muito tempo e não encontram espaço nem acolhimento em sua unidade acadêmica. Por isso, é preciso que a Reitoria assuma alguns compromissos neste momento de crise, que permitam ao curso sair da situação de fragilidade e assédio institucional. A democracia precisa de condições para existir.
TODA A NOSSA SOLIDARIEDADE AOS DISCENTES E DOCENTES DO CURSO DE ECONOMIA ECOLÓGICA, ESPECIALMENTE AO PROF. FÁBIO SOBRAL!
Fortaleza, 13 de novembro de 2023
Diretoria da ADUFC
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