ADUFC compôs agenda da campanha salarial na capital federal e dialogou com parlamentares (Foto: ANDES-SN)
A ADUFC esteve representada nesta semana em mais uma jornada de lutas por recomposição salarial e direitos, em Brasília, que reuniu entidades que compõem o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), entre elas o ANDES-SN. Estiveram na capital federal, de domingo (27) a quarta-feira (30), a presidenta do Sindicato, Profª. Irenísia Oliveira, e a diretora de Relações Intersindicais da entidade, Profª. Sônia Pereira. Servidoras e servidores públicos federais foram às ruas demonstrar a insatisfação com a demora do governo federal em apresentar uma proposta concreta de índice de reajuste para o próximo ano.
O sentimento de frustração foi ampliado após a mais recente reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente, na última terça-feira (29), quando, além de as entidades sindicais terem sido recepcionadas sem qualquer proposta enviada pelo Planalto, foi informado que só há cerca de R$ 1,5 bilhão reservado no Orçamento da União do próximo ano para o funcionalismo federal. De acordo com o cálculo das entidades sindicais, caso o valor fosse aplicado integralmente para esse fim, só seria suficiente para um reajuste inferior a 1%.
Na última quarta-feira (30), as diretoras da ADUFC se juntaram às entidades sindicais de todo o país em manifestação na capital federal. A concentração ocorreu no Espaço do Servidor, na Esplanada dos Ministérios. Em seguida, o cortejo seguiu para o Palácio do Planalto. O objetivo era entregar a carta da Bancada Sindical sobre a mesa de negociação do dia 29/8 ao presidente Lula, que estaria em atividade no local. No entanto, o acesso à Praça dos Três Poderes foi negado pela Polícia Militar. Conforme orientação do ANDES-SN, as seções sindicais realizaram nesta semana assembleias e plenárias para debater estratégias de ampliação da mobilização, a exemplo da ADUFC, que reuniu docentes em conversa virtual no último 30 de agosto.
No mesmo dia, as representantes da ADUFC também se uniram a movimentos populares para acompanhar o julgamento do Marco Temporal, retomado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os povos indígenas promoveram, na Esplanada dos Ministérios, ato público contra a aprovação do Marco, que reconhece a ocupação dos territórios indígenas apenas a partir da data de promulgação da Constituição Brasileira, em 5 de outubro de 1988, numa invisibilização dos povos originários no país.
Sindicato entrega dossiê contra intervenção na UFC a congressistas
Em visita a Brasília para compor a jornada de lutas pela campanha salarial, as professoras Irenísia Oliveira e Sônia Pereira também se reuniram com parlamentares para entregar o livro “Intervenção na Universidade Federal do Ceará (2019-2023): Autoritarismo e Resistência”, dossiê lançado nesta quinta-feira (30) pelo Sindicato e que sistematiza os principais fatos desse período autoritário na universidade. Na oportunidade, elas entregaram o livro a mais de 20 deputados federais, entre eles Glauber Braga (PSOL-RJ), Tarcísio Mota (PSOL-RJ), Zeca Dirceu (líder do PT na Câmara Federal), Márcio Jerry (PCdoB-MA) e Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR). Também receberam a publicação o assessor da liderança do PSB, Marcelo Bessoni; e Cláudio Alves, chefe de gabinete do deputado Patrus Ananias (PT-MG), relator da PL 2669/21, que trata da lista tríplice nas universidades federais.
A atividade foi uma oportunidade para reforçar a luta contra a lista tríplice nas universidades federais e defender a realização de eleições diretas, transparentes e paritárias nessas instituições, seguindo o exemplo do que já ocorre nos institutos federais. Foi esse instrumento legislativo anacrônico que viabilizou mais de 20 intervenções bolsonaristas em universidades federais brasileiras, incluindo a UFC, uma vez que a legislação atual permite que o presidente da República nomeie reitores não eleitos pela comunidade universitária numa evidente afronta à autonomia e democracia universitárias.