Entidades sindicais se reuniram com representantes do governo na última quinta-feira (10) (Foto: ANDES-SN)
A mais recente rodada de negociação salarial com o governo federal, realizada na última quinta-feira (10), foi encerrada sem qualquer definição em relação à recomposição salarial de servidores públicos federais, deixando as categorias frustradas. O encontro foi concluído sem que o Poder Executivo federal apresentasse uma proposta concreta às entidades sindicais, conforme havia prometido na primeira reunião. Sob o argumento de que sem a aprovação do novo Arcabouço Fiscal não existe margem orçamentária para o reajuste reivindicado pelos servidores, o governo protelou oficialmente a discussão da pauta salarial.
Além da falta de encaminhamentos sobre a pauta financeira, o debate sobre a carreira também não avançou, pois o governo limitou-se a apresentar um modelo de funcionamento para as Mesas Específicas de Negociação que tratarão da reestruturação das carreiras. Os representantes das secretarias de Gestão de Pessoas (SGP) e de Relações de Trabalho (SRT) afirmaram que ainda estão avaliando as 60 propostas encaminhadas para sistematizar as demandas e se comprometeram apenas com a realização de um seminário, ainda neste mês, sobre o novo modelo de negociação.
Os representantes do governo abriram a reunião impondo a ordem de discussão: primeiro, as mesas específicas, em seguida o debate sobre a entidade gestora dos regimes próprios de Previdência e, por fim, a pauta salarial. A bancada sindical discordou e tentou a inversão da pauta, o que não foi aceito. Sobre as mesas específicas, foi informado que elas serão instaladas considerando as prioridades do governo no Plano Plurianual (PPA). As propostas serão analisadas do ponto de vista técnico, isto é, compatibilidade e coerência com os objetivos do governo. Em seguida, passarão pelos crivos jurídico, orçamentário e estratégia política, respectivamente. Dirigentes sindicais reagiram novamente, reforçando que o interesse urgente das categorias é a discussão sobre a pauta econômica e os salários.
Diante da falta de resultados efetivos da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), o ANDES-SN convocou as seções sindicais a realizarem, entre 11 e 17 de agosto, assembleias gerais para construir o processo de mobilização e pressionar o governo pelo avanço na negociação da recomposição salarial. A entidade também reforçou a importância da participação das seções na reunião nacional do Setor das Federais nos dias 19 e 20/8. A proposta apresentada para o grupo de servidores que inclui docentes federais é de reajuste de 39,92% parcelado em três anos (2024, 2025 e 2026).
(*) Com informações do ANDES-SN