Matilde Ribeiro foi a primeira ministra da Igualdade Racial do Brasil (2003 a 2008)
A sede do Maracatu Solar recebeu, na última quarta-feira (26), a cerimônia do Prêmio Tereza de Benguela 2023, iniciativa do Movimento Negro Unificado – Ceará (MNU), que homenageou sete mulheres negras, entre elas a Profª. Matilde Ribeiro, ex-ministra e docente da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). A presidenta da ADUFC, Profª. Irenísia Oliveira, prestigiou o evento, bem como a Profª. Luma Andrade, diretora do Instituto de Humanidades da UNILAB e integrante do Conselho de Representantes da ADUFC. Também receberam a honraria Francisca Sena, militante do INEGRA e da Rede de Mulheres Negras; a jornalista e apresentadora Lena Oxa; a afroempreendedora Aliciane Barros; a doutoranda em História Social Ana Eugênia da Silva; a sindicalista e ativista do Movimento Negro Vilani Oliveira; e Tânia Brito, da Associação Mães da Periferia.
O Prêmio Tereza de Benguela integra o calendário anual do Julho das Pretas do MNU e da 11° edição Julho das Pretas – Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver, tendo como propósito homenagear mulheres negras que são referências de vida e luta no combate ao racismo a partir de suas trajetórias. “Durante todo esse mês fizemos várias atividades junto ao Grupo de Valorização Negra do Cariri, com a Rede Cearense de Mulheres Negras, nas escolas, eventos, palestras, rodas de conversa… O prêmio é uma das culminâncias do Julho das Pretas. Esse é o segundo ano consecutivo, e a concepção do MNU é homenagear as mulheres negras vivas”, ressalta a Profª. Zuleide Queiroz (URCA), diretora de formação e integrante da executiva estadual do Movimento Negro Unificado.
Homenageada pelo MNU, a Profª. Matilde Ribeiro tem um importante currículo acadêmico e político, ocupando cargos relevantes na gestão de políticas afirmativas. Ela foi a primeira ministra da Igualdade Racial do Brasil, entre 2003 e 2008, nomeada no mandato inaugural do presidente Lula. Também foi secretária-adjunta na Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de São Paulo (SMPIR/SP) em 2013 e 2014. Mais recentemente, foi uma das convidadas no Grupo de Transição (GT) do terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, compondo o núcleo de Igualdade Racial. Na UNILAB, foi diretora do Campus dos Malês, na Bahia. Também lecionou na Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS/SP) e no Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU/SP).
TEREZA DE BENGUELA – Foi uma mulher negra quilombola e reconhecida pela sua liderança à frente do Quilombo do Quariterê, localizado na fronteira do Mato Grosso com a Bolívia durante o período colonial. Tereza deu visibilidade ao papel da mulher negra na história brasileira e liderou por 20 anos a resistência contra o governo escravista, coordenando as atividades econômicas e políticas do quilombo ao qual pertencia. Sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando o quilombo foi destruído e a população foi morta ou aprisionada. A data de 25 de julho é lembrada como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra e o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.