A AG ocorreu na sede da ADUFC em Fortaleza, na última quinta-feira (15) à noite (Fotos: Nah Jereissati/ADUFC-Sindicato)
Professoras e professores da ADUFC reuniram-se em Assembleia Geral, na noite de ontem (15), para debater a conjuntura atual da luta docente e deliberaram mobilização permanente em defesa do serviço público, demarcando posição contra o Teto de Gastos Sociais e contra o novo arcabouço fiscal. A AG também chancelou a abertura do processo eleitoral complementar do Conselho de Representantes, aprovado pelo colegiado em reunião no dia 6 de junho. O pleito ocorrerá nos dias 5 e 6 de julho, em formato virtual, para preencher as vagas remanescentes das eleições realizadas em abril.
A Assembleia abriu espaço para análises feitas por docentes e apresentação de propostas para enfrentar o PLP 93/2023, que trata da nova proposta de ajuste fiscal, já aprovada pela Câmara Federal e em apreciação no Senado. Entre os encaminhamentos, estão manter a mobilização em Brasília, ao lado do ANDES-SN e do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe); seguir na luta com o Fórum Permanente em Defesa do Serviço Público – Ceará e a Frente Parlamentar Mista do Serviço Público para propor emendas ao texto que reduzam prejuízos aos serviços públicos essenciais; defender o veto à matéria, caso aprovada no Congresso Nacional; reativar os estudos junto à Auditoria Cidadã da Dívida (ACD), da qual a ADUFC participa compondo o núcleo no Ceará; e produção de materiais de comunicação denunciando os ataques aos servidores.
“O arcabouço fiscal e todas as outras propostas apresentadas se referem sempre aos gastos sociais. Nós defendemos outras alternativas para o controle fiscal, como a taxação de super-ricos e o limite aos gastos financeiros”, reforçou a presidenta da ADUFC, Profª. Irenísia Oliveira. “Na época da PEC da Morte, também se justificava que não existia nenhum local do mundo onde se congelavam apenas os gastos sociais. Isso se mantém”, acrescentou. A Profª. Tânia Batista, do Departamento de Estudos Especializados (FACED/UFC), defendeu que os espaços da ADUFC, como os grupos de trabalho (GTs), sejam ocupados para construir essas atividades de luta. “O Sindicato deve continuar sendo essa trincheira e precisa mostrar para a sociedade os prejuízos desse processo”, opinou.
O Prof. Bruno Rocha, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFC, resgatou a atuação da categoria nos últimos anos para defender os direitos sociais e os serviços públicos, repassando a luta contra o golpe de Michel Temer e a aprovação da PEC da Morte, como era conhecido o Teto de Gastos Sociais. “Nós ajudamos os estudantes, fizemos aulas públicas e isso se espalhou pela universidade toda. Por outro lado, a gente nunca desistiu de que o sindicato ao qual estávamos sindicalizados participasse desse processo”, disse. “O ideal é que não tivéssemos gatilhos contra o serviço público nem contra os recursos do Fundeb. (…) Isso reflete em como nos organizamos para ter mais espaço dos sindicatos e do campo popular também nos meios de poder”, acrescentou.
Em relação às eleições suplementares para o Conselho de Representantes da ADUFC, a AG aprovou, além do calendário, a composição da Comissão Eleitoral, que já tinha o aval do Conselho de Representantes: Profª. Kamila Bossato (Curso de Jornalismo da UFC), Prof. Bruno Rocha, Prof. Francisco Casimiro (Departamento de Economia Agrícola/UFC) e Prof. Claudicélio Rodrigues (Departamento de Literatura/UFC). O colegiado mapeou as vagas remanescentes do CR e elaborou o edital do pleito a ser divulgado nesta sexta-feira (16).
Outro ponto de pauta foi a aprovação da delegação da ADUFC para o 66º Conad do ANDES-Sindicato Nacional, que será sediado em Campina Grande (PB), de 14 a 16 de julho. Comporão a comitiva a presidenta da ADUFC, Profª. Irenísia Oliveira, do Departamento de Literatura/UFC; a Profª. Maria do Céu de Lima, do Departamento de Fundamentos da Educação (FACED/UFC); e o Prof. Bruno Rocha, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFC.
Informes da luta sindical
No início da reunião, a Profª. Irenísia Oliveira deu informes sobre as agendas recentes da luta docente, entre elas a reunião do setor das IFES do ANDES-SN, da qual participou em Brasília, nos dias 3 e 4 de junho, juntamente com a diretora de Relações Intersindicais da ADUFC, Profª. Sônia Pereira. No encontro, docentes de 30 seções sindicais de todo o país debateram e deliberaram a Agenda de Lutas da categoria, com foco no enfrentamento ao novo arcabouço fiscal, na Campanha Salarial 2024 e no fim da lista tríplice para reitor.Já a 1ª tesoureira da ADUFC, Profª. Daniele Bezerra, e a Profª. Helena Martins (Curso de Publicidade e Propaganda da UFC) relataram a jornada de lutas em Brasília em defesa do serviço público e contra o arcabouço fiscal, onde estiveram presentes. Helena Martins também repassou o convite à ADUFC feito pelas entidades do campo popular na comissão de revisão do Plano Diretor de Fortaleza para que a entidade se some ao debate.