A ADUFC realizou, na última quarta-feira (3) à noite, um debate com representantes das três chapas que disputam a Diretoria do ANDES-SN nas eleições que ocorrem nos dias 10 e 11 de maio. A gravação ocorreu na sede do Sindicato em Fortaleza e foi transmitida pelo canal da entidade no YouTube. O espaço foi organizado em parceria com as demais seções do Sindicato Nacional no Ceará e contou com mediação dos presidentes da ADUFC, Prof. Bruno Rocha, e da Sinduece, Prof. Nilson Cardoso. Durante o debate, constituído por quatro blocos, professores/as apresentaram propostas para o próximo biênio (2023-2025), fizeram perguntas entre as chapas e responderam questões enviadas por docentes.
O primeiro a falar foi o Prof. Eudes Baima (Fafidam/UECE), pleiteante a 1º vice-presidente da Regional Nordeste 1 pela chapa 3 “RENOVA ANDES”. Ele citou a frase “todo mundo no sindicato” como lema orientador do coletivo. “Não se faz greve com os mais decididos, não se mobiliza, com sucesso, apenas com os mais aguerridos. Para termos conquistas, para nossas mobilizações serem eficazes, é necessário que o Sindicato seja capaz de arrastar a todos e a todas”, apontou. “É necessário que o sindicato fale ao militante mais consciente, mas também àquele professor que tão somente quer o aumento do salário, o reajuste, as melhorias nas condições de trabalho, a restituição dos direitos previdenciários”, acrescentou, defendendo uma “direção que rejuvenesça o sindicato”.
Já a postulante a 1ª vice-presidenta pela chapa 1 “ANDES pela base: ousadia para sonhar, coragem para lutar”, Profª. Raquel Dias (Curso de Pedagogia/UECE), fez um retrospecto da crise social e política intensificada a partir de 2016, com o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, e citou “desafios profundos” enfrentados por todo o movimento sindical, além de destacar as prioridades de luta. “Nós, da chapa 1, reconhecemos que os eixos centrais da nossa luta são aqueles que expressam a pauta cotidiana do sindicato ao longo dos seus mais de 40 anos: a defesa do salário e das condições de trabalho; a luta em defesa da educação pública, que hoje tem a forte presença de organismos privados, inclusive num governo de conciliação; a luta contra o Novo Ensino Médio e a luta pelas liberdades democráticas”, resumiu.
O Prof. Célio Coutinho (Facedi/UECE), candidato a 1º tesoureiro da Regional Nordeste 1, reforçou as principais dimensões da carta-programa da chapa 2 “ANDES-SN Classista e de Luta”: “Unidade na luta, política educacional, política referente a condições de trabalho e salário, financiamento da educação e combate às opressões”, listou. De acordo com o docente, há dois gargalos centrais que precisam ser enfrentados pelo movimento sindical docente: o imobilismo sindical e a conciliação de classes. “Se não conseguirmos superar essas questões, o nosso sindicato vai continuar patinando nas relações diante dos diversos governos, tanto em nível de Brasil como nos estados. A categoria não se sente mais à vontade de vir para as assembleias, porque não é tocada pelas pautas concretas”, complementou.
Desfiliação da CSP-Conlutas
Um dos temas abordados foi a recente desfiliação do ANDES-SN à CSP-Conlutas, conforme aprovado no mais recente Congresso do Sindicato Nacional. O tema dividiu opinião entre as chapas. “Consideramos que foi um erro essa desfiliação, porque ela tinha uma posição crítica sobre o governo e poderia ser um instrumento para animar a categoria (…). Começamos o terceiro governo Lula com algumas preocupações, uma delas o Novo Ensino Médio, que até agora não foi revogado”, defendeu o Prof. Célio Coutinho, da chapa 2.
O Prof. Eudes Baima, da chapa 3, discordou da declaração. “A presença do ANDES-SN na CSP-Conlutas levou o nosso Sindicato a tomar decisões equivocadas (…). Ela é dessintonizada dos interesses da classe trabalhadora e do povo, foi o que levou essa central, no dia 8 de março de 2016, a organizar um grande ato na Avenida Paulista Fora Todos e Fora Dilma”, destacou. Já a representante da chapa 1, Profª. Raquel Dias, avalia que a decisão cabe à base e a direção encaminhou o que foi votado coletivamente. “A própria Diretoria do ANDES-SN fez um balanço do que a CSP-Conlutas fez (…). Em 2019, a Diretoria do ANDES-SN já tinha escrito para o 4º Congresso da central um texto bastante crítico sobre os problemas enfrentados, mas quem toma a decisão se sai ou não é a categoria”, disse.
Também foram discutidas outras temáticas no debate, como as ações voltadas para docentes aposentados, o papel dos fóruns e instâncias deliberativas do ANDES-SN, a reorganização sindical, as estratégias de enfrentamento ao fascismo, o combate às reformas trabalhistas, o Teto dos Gastos Sociais (Emenda Constitucional 95), o posicionamento sindical no governo Lula, dentre outras pautas. Professores sindicalizados à ADUFC até o dia 9 de fevereiro de 2023 e com contribuições sindicais em dia podem votar nas eleições do ANDES-SN em 16 urnas disponibilizadas na capital e no interior.
Assista ao debate na íntegra no YouTube da ADUFC: