Professoras e professores da ADUFC participaram, na última segunda-feira (1º), do ato conjunto do Dia dos Trabalhadores e Trabalhadoras, que ocorreu em Fortaleza. A passeata percorreu as ruas do bairro Pirambu, saindo do cruzamento entre a Rua Santa Elisa e a Avenida Dr. Theberge até a praça localizada na esquina da Travessa Deusimar com a Rua Dom Quintino. A mobilização deste ano marca o retorno da classe trabalhadora às ruas em um novo contexto político. “Neste momento, a gente reconstrói a possibilidade de dialogo com o governo federal. É um momento democrático de construção coletiva, mas sabemos que a luta por direitos tambem deve continuar nas ruas”, destacou o presidente da ADUFC, Prof. Bruno Rocha, citando os avanços sinalizados pelo governo Lula, como a abertura da mesa de negociação com os servidores públicos federais e a recomposição do orçamento das universidades federais.
O docente lembrou que o clima de esperança vivenciado nacionalmente, a partir do início da retomada de políticas sociais abandonadas nos últimos quatro anos, é replicado no ambiente acadêmico. “Na universidade, o cenário é de esperança, de um futuro muito melhor para a Universidade Federal do Ceará, uma vez que escolhemos novamente, num processo amplo e democrático, o Prof. Custódio Almeida como reitor, já que esse direito havia sido negado por Bolsonaro (em 2019)”, reforçou Bruno Rocha, referindo-se ao resultado da consulta à comunidade universitária, na qual a chapa UFC Viva e Democrática foi votada por 89% dos estudantes, professores e servidores técnico-administrativos – decisão confirmada no Conselho Universitário (CONSUNI).
A atual vice-presidente da ADUFC e presidenta eleita para o próximo biênio, Profª. Irenísia Oliveira, destacou as lutas urgentes do setor da Educação, “como a recomposição do orçamento das universidades públicas, para que a gente possa manter a democratização da universidade; a valorização da carreira docente, com a recomposição salarial; e a luta para que a universidade possa continuar fazendo pesquisa”. A docente também reforçou a mobilização nacional pela revogação do Novo Ensino Médio, proposta aprovada no governo Temer. “Porque aprofunda a desigualdade educacional e, consequentemente, a desigualdade social”, acrescentou.
Durante o ato, trabalhadores/as também se manifestaram contra a cobrança da taxa do lixo, imposta pela Prefeitura Municipal de Fortaleza; e cobraram diálogo do governador Elmano de Freitas com os servidores da Educação e da Saúde, que reivindicam reposição salarial. A atividade foi uma articulação de diferentes entidades e centrais sindicais, entre elas Central Única dos Trabalhadores (CUT-Ceará), CTB, Intersindical, Coletivo Sindical e Popular Travessia, CSP Conlutas e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. O mote deste ano foi “Em defesa da revogação das reformas antipovo, emprego, renda, salário mínimo valorizado, contra os juros altos e pela vida das mulheres”.