O governo federal cedeu e apresentou a proposta de 9% de reajuste aos servidores públicos federais na terceira rodada da Mesa Nacional de Negociação Permanente, realizada na última sexta-feira (10/3). A sinalização ocorreu após reação negativa à primeira oferta de 8,4% apresentada no último encontro, que durou mais de três horas e resultou em um debate acalorado diante da frustração dos representantes sindicais. Também já está garantido o reajuste de R$ 200 no Auxílio Alimentação, que passará de R$ 458 para R$ 658. Diante dos protestos dos dirigentes, o secretário de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Sérgio Mendonça, indicou o novo percentual, com perspectiva de ser aplicado a partir de maio. Segundo ele, a proposta, se aprovada pelas categorias, precisará ser chancelada pelo Congresso Nacional.
O avanço das negociações com o Palácio do Planalto ocorreu após o cancelamento da reunião marcada para 7 de março, causando insatisfação nos servidores, que já estavam descontentes em razão da demora na resposta do governo à contraproposta apresentada na semana anterior pelas entidades sindicais, de 13,5%. O Ministério da Gestão já confirmou a aplicação do percentual da reposição para servidores públicos federais ativos, aposentados e pensionistas. Desde 2021, as categorias do serviço público federal estão numa mobilização unificada após sete anos sem reajuste.
A ADUFC acompanha desde o início a mobilização nacional para reivindicar um percentual justo para professoras e professores após anos de perdas salariais. O Sindicato esteve presente na jornada de lutas em Brasília, no início dos trabalhos legislativos do ano, em fevereiro, para pressionar pelo andamento nas negociações com o governo. Apesar de os índices oferecidos até aqui serem insuficientes para reparar os prejuízos financeiros dos últimos anos, o diálogo com o governo é considerado um grande avanço após quatro anos de salários congelados e de ataques sucessivos contra o serviço público na gestão passada.
A mobilização nacional pela campanha salarial e a participação na Mesa de Negociação Permanente estão sendo lideradas, conjuntamente, pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), do qual o ANDES-SN faz parte, e pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate).