Após ampla mobilização de servidoras e servidores, a Mesa de Negociação Permanente sobre a campanha salarial se reuniu nesta sexta-feira (10). Na terceira reunião do grupo, o secretário de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho, do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Sérgio Mendonça, disse que o governo se dispôs a ampliar para 8,4% o reajuste a partir de abril. A oferta gerou um sentimento de frustração nos servidores, que vão elaborar uma nova proposta a ser apresentada. Antes disso, o Executivo federal havia oferecido 7,8% de recomposição nos salários e R$ 200 no Auxílio Alimentação (44%), passando de R$ 458 para R$ 658, condições que foram avaliadas como insuficientes pela categoria diante de anos de vencimentos congelados.
A nova rodada de conversas realizada pelo Palácio do Planalto ocorreu após o cancelamento da última reunião, que seria na terça-feira (7), o que causou insatisfação nos servidores, que já estavam descontentes em razão da demora na resposta do governo à contraproposta apresentada na semana anterior pelas entidades sindicais, de 13,5%. Apesar de o índice ser muito abaixo do reivindicado pelos servidores (cerca de 27%), é uma tentativa de minimizar as perdas acumuladas. As entidades também realizaram um Dia Nacional de Protestos, em 7 de março, para exigir celeridade do governo na resposta.
O Ministério da Gestão já confirmou a aplicação do percentual da reposição para servidores públicos federais ativos, aposentados e pensionistas da Lei 8.112. Os benefícios sociais, como é o caso do Auxílio Alimentação, enquadram-se na verba de custeio e não no montante de gastos com pessoal. Isso significa que o índice demandado pelos servidores não preenche os R$ 11 bilhões destinados a essa pauta no Orçamento de 2023, portanto há margem para uma oferta melhor para os trabalhadores. Desde 2021, as categorias do serviço público federal estão numa mobilização unificada pelo reajuste salarial emergencial.
A ADUFC compreende as limitações orçamentárias do período, mas segue acompanhando a mobilização nacional para reivindicar um percentual mais justo para professoras e professores após quase sete anos sem recomposição salarial. O Sindicato chegou a participar da jornada de lutas em Brasília, no início dos trabalhos legislativos do ano, representada por seu presidente, Prof. Bruno Rocha, que se juntou ao conjunto de servidores em frente ao Congresso Nacional para divulgar a campanha salarial. Ao entrarem nos prédios da Câmara Federal e do Senado, distribuíram panfletos a congressistas e ministros com a carta de reivindicações do funcionalismo, passando pelos gabinetes de deputados e senadores.
As agendas da campanha salarial, bem como a participação na Mesa Permanente de Negociação, estão sendo lideradas, conjuntamente, pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate). O Fonasefe realizará uma live hoje (10), às 18h30, em seus perfis no Facebook e YouTube, para atualizar as categorias sobre todos os detalhes do diálogo com o governo federal.