Professoras/es da ADUFC marcaram presença, na última quarta-feira (8), em mais um Dia Internacional de Luta pelos Direitos das Mulheres, com ato na Praça do Ferreira, em Fortaleza, percorrendo as ruas do centro da cidade. A edição deste ano, que ocorreu a partir da articulação de diferentes entidades e coletivos, trouxe o lema “Pela vida das mulheres! Democracia, territórios e direitos”, em referência ao crescente número de feminicídios no Ceará e no Brasil. O Sindicato esteve presente no evento, ocupando uma tenda, e dialogou sobre o tema que ilustrou a faixa assinada pela entidade: “Mulheres Vivas e Valorizadas na Ciência e na Educação”. Também distribuiu panfletos sobre as desigualdades de gênero na universidade, com reivindicações para reverter esse cenário.
Estão entre as demandas apresentadas pela ADUFC políticas de incentivo à participação das mulheres na ciência; ampliação do número e valor das bolsas, viabilizando dedicação integral à pesquisa; políticas que respeitem a licença-maternidade; estimular a divisão do trabalho, rompendo com as definições de tarefas baseadas em um histórico de opressão de gênero; defesa de campanhas de combate à violência contra as mulheres em todos os campi universitários; apoio à transversalidade dos debates sobre gênero na universidade; e políticas afirmativas para ampliar a participação das mulheres nos espaços de direção nas universidades.
“Nós tivemos, óbvio, um crescimento da presença de mulheres nas universidades, mas, quando nós olhamos para a distribuição de tarefas, há de fato uma disparidade muito grande com os cargos de direção, o que revela que a universidade reproduz toda uma lógica de desigualdade da ocupação de homens e mulheres nos postos definidores das políticas universitárias”, reforça a secretária-geral da ADUFC-Sindicato e docente do Curso de Publicidade e Propaganda da UFC, Profª. Helena Martins, que esteve no ato do 8M.
Helena Martins diz acreditar que o processo de sistema de avaliação e de distribuição de bolsas, baseado em aspectos quantitativos, não leva em conta as desigualdades de tarefas que ainda sobrecarregam as mulheres e sua saúde mental. Para a docente, esse modelo acadêmico produtivista é ainda mais perverso para as mulheres. “É muito difícil, hoje, encontrar uma colega que não esteja responsável não só pelas crianças, mas também pelas pessoas mais velhas da sua família. Então seria fundamental pensar numa política mais adequada ao reconhecimento e à superação dessas desigualdades”, avalia.
