Professores e professoras da ADUFC estão mobilizados na construção da semana de paralisação por direitos, democracia e em defesa da universidade pública, que ocorre de 22 a 26 de agosto nas três universidades federais cearenses – UFC, UFCA e UNILAB. A iniciativa é uma resposta da categoria docente aos sucessivos ataques do governo Bolsonaro à educação pública e aos profissionais do setor, que reivindicam também reposição salarial. O sindicato está dialogando e convidando outras entidades a se somarem ao ato unificado do setor da educação, no dia 25 de agosto. Essa é uma das atividades que serão realizadas ao longo da semana.
A ADUFC também está articulando reuniões de mobilização para a semana de paralisação, que vai contar com atividades internas nas próprias instituições de ensino superior e dialogar com outros setores da sociedade sobre as condições das universidades públicas. “Precisamos denunciar mais amplamente. Teremos paralisação com ocupação. Temos que reforçar a urgência em tirar esse presidente da República e esse projeto bolsonarista. E a classe trabalhadora precisa colocar limites no Bolsonaro e nessa elite brasileira”, destaca a vice-presidente da ADUFC, Profª. Irenísia Oliveira.
No último dia 22 de julho, o sindicato promoveu um encontro, na sua sede em Fortaleza, de articulação para o ato público do dia 25/8, com participação de docentes e representantes do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Estado do Ceará (SINTUFCe), do Sindicato dos Servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (SINDSIFCE) e do ANDES-SN, bem como integrantes do movimento estudantil. No momento foi ressaltada a importância de agregar diferentes entidades do setor da educação na luta em defesa da universidade pública e contra os cortes federais no setor.
A adesão à paralisação foi aprovada na mais recente Assembleia Geral da ADUFC, em 29 de junho, e está alinhada à mobilização nacional liderada pelo ANDES-SN e outras entidades sindicais. No centro da pauta, estão os cortes do governo Bolsonaro na educação, que impactam profundamente as universidades federais; privatização das universidades públicas; a luta por recomposição salarial dos servidores públicos federais; as denúncias de corrupção no Ministério da Educação (MEC); luta contra as intervenções federais nas universidades e em defesa da democracia, dentre outras.
Em junho, o governo federal confirmou corte bilionário no Ministério da Educação (MEC), o que pode levar o instituto e as universidades federais do Ceará (UFC, UFCA, UNILAB e IFCE) a perderem R$ 28 milhões. Na última sexta-feira (22/7), um decreto publicado informava um bloqueio adicional de R$ 6,73 bilhões no Orçamento deste ano para que o governo não ultrapasse o teto de gastos. Dias depois, o Executivo federal confirmou que as pastas afetadas devem ser Saúde e Educação.
“A situação está insustentável. As universidades públicas estão ameaçadas, assim como as pesquisas, a ciência e a tecnologia. Na UFC, temos uma reitoria interventora que nem mesmo reconhece os cortes de recursos que aprofundam o sucateamento da instituição”, aponta o presidente da ADUFC, Prof. Bruno Rocha, convocando a comunidade acadêmica e outras entidades do setor da educação a reforçarem a ampla mobilização em defesa da democracia, de direitos e da educação pública.
Já estão sendo organizados para a semana de paralisação debates para pautar temas como os cortes federais na educação e na ciência e tecnologia; o desmonte do ensino superior público; a corrupção no MEC; e as intervenções do governo Bolsonaro nas universidades federais, que têm levado a perseguições de professores e servidores técnicos, a exemplo da UFC; racismo e LGBTfobia.