Professoras e professores da UFC, UFCA e UNILAB se reuniram, na última terça-feira (12), para avançar com a mobilização para a Semana de Paralisação em Defesa da Universidade Pública, que ocorre de 22 a 26 de agosto. O encontro ocorreu na sede da ADUFC-Sindicato em Fortaleza e contou ainda com participação virtual de docentes do interior ou afastados das atividades presenciais temporariamente. Também compareceram representantes do movimento estudantil que estão construindo conjuntamente a agenda de lutas pela educação e já demonstraram apoio integral à pauta.
A adesão à paralisação foi aprovada na mais recente Assembleia Geral da ADUFC, em 29 de junho, e está alinhada à mobilização nacional liderada pelo ANDES-SN e outras entidades sindicais. No centro das reivindicações, estão os cortes do governo Bolsonaro na educação, que impactam profundamente as universidades federais; a privatização das universidades públicas; a luta por recomposição salarial dos servidores públicos federais; as denúncias de corrupção no Ministério da Educação (MEC), dentre outras.
Durante a reunião de mobilização, professores e estudantes propuseram uma programação diversa para a semana de lutas, com aulas públicas e atividades artístico-culturais, por exemplo. Nos três primeiros dias (22 a 24/8), a agenda deve ser interna, com ações nas unidades acadêmicas, como visitas às salas de aula e debates. Na quinta-feira (25/8), ocorrerá um ato unificado do setor da educação, abrindo diálogo com a sociedade sobre as condições enfrentadas hoje nas universidades públicas. A proposta é de um dia inteiro de ocupação da praça, com feira da reforma agrária e stands para divulgar iniciativas e projetos desenvolvidos das universidades cearenses.
Serão convidados para o ato outras entidades do setor da educação, como as instituições estaduais de ensino superior. Para organizar a manifestação em defesa da educação e da democracia – acompanhando o mote da campanha permanente lançada pela ADUFC – será realizada uma reunião no dia 22/7, às 16h, na sede do sindicato em Fortaleza. A Semana de Paralisação encerra-se na sexta-feira (26/8), com Assembleia Geral da ADUFC, que debaterá o indicativo de greve.
A ideia é mobilizar a comunidade universitária para ações tanto na capital como no interior. O diretor de Atividades Científicas e Culturais da ADUFC, Prof. Tiago Coutinho, falou sobre a articulação que já vem ocorrendo na Universidade Federal do Cariri (UFCA), onde é lotado. Ele citou ações como mostra de cinema sobre educação e movimento sindical, exposição fotográfica sobre a universidade com curadoria feita por estudantes e lançamento de livro, além de ato unificado da educação em Juazeiro do Norte, no dia 25/8. O docente defendeu que a resistência pela educação seja construída a partir de uma perspectiva “da alegria para mobilizar”. “Precisamos dizer que estamos paralisando porque fazemos coisas incríveis na universidade e queremos continuar fazendo”, defendeu.
Já estão sendo organizados debates com participação de palestrantes de apelo nacional para pautar temas como os cortes federais na educação e na ciência e tecnologia; o desmonte do ensino superior público; a corrupção no MEC; e as intervenções do governo Bolsonaro nas universidades federais que têm levado a perseguições de professores e servidores técnicos, a exemplo da UFC; racismo e LGBTfobia. Além do ANDES-SN, devem ser convidados para esses espaços entidades como a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e intelectuais de renome nacional.
