A mobilização nacional de servidoras e servidores públicos federais segue firme em Brasília com uma vigília que já dura semanas em frente ao Ministério da Economia. A cobrança é para que o governo federal abra uma mesa de negociação formal com as categorias, o que até agora não ocorreu. Entidades sindicais são informadas pela imprensa e estão sendo desrespeitadas em sua representatividade.
Na última quinta-feira (12), o ministro Paulo Guedes foi cobrado por servidores públicos na saída do ministério, que perguntaram quando ele iria atendê-los – a carta de reivindicações unificada foi apresentada ao governo ainda em janeiro. Guedes respondeu que Caio Mario Paes de Andrade, da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, estava se reunindo com as classes de servidores, informação que foi negada pelos representantes sindicais.
Logo depois, Paulo Guedes chegou a bater boca com um servidor enquanto concedia entrevista coletiva ao lado do novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida: “Eu queria que todos soubessem que nós sempre respeitamos, estamos numa democracia e que nós respeitamos os vencedores de eleições”. “Não, vocês não respeitam nosso povo”, rebateu um servidor público. Para mascarar o desmonte que Bolsonaro e seus asseclas promovem nas estatais do país, o ministro repetiu a falácia do combate, nos dias de hoje, aos roubos na Petrobras que ocorreram em governos anteriores. Guedes não ficou sem resposta: “(Bolsonaro) destruiu o patrimônio do povo brasileiro, ministro”, completou o servidor.
Diretores da ADUFC que estavam em Brasília se somaram ao ato Fora Bolsonaro, na quinta-feira (12), articulado pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe). Os docentes estiveram na capital federal nos dias 11 e 12 de maio participando do Encontro das Universidades, Institutos Federais e Cefets em luta contra as intervenções do governo Bolsonaro nas instituições de ensino superior, promovido pelo ANDES-Sindicato Nacional. Uma manifestação maior e unificada já está agendada para 19 de maio. Também está prevista a ida de caravanas dos estados em mais uma semana de Jornada de Lutas em Brasília, a partir do dia 31/5.
A tática de Bolsonaro vem sendo a de empurrar a crise com o funcionalismo público enquanto seu governo ganha tempo usando a mídia para testar a reação dos servidores a propostas que vão sendo ventiladas sem nenhum respaldo formal. Compondo o Fórum Permanente em Defesa do Serviço Público – Ceará, a ADUFC está participando ativamente da mobilização nacional pela recomposição salarial dos servidores públicos federais. O tema foi debatido na mais recente Assembleia Geral do sindicato, em 4 de maio, que reafirmou a decisão do Conselho de Representantes do dia 6 de abril.