Com o tema “Emprego, Direitos, Democracia e Vida” e o enfrentamento ao governo Bolsonaro, o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora no Ceará foi marcado por manifestações em Fortaleza, Tabuleiro do Norte, Icó e Tianguá. Após dois anos de manifestações apenas virtuais por conta pandemia de Covid-19, as ruas voltaram a ser ocupadas por centrais sindicais, partidos políticos e movimentos sociais na manhã do último domingo (1º/5). Representando os docentes das três universidades federais do Ceará, a ADUFC-Sindicato participou, em Fortaleza, da passeata que seguiu da Areninha do Pirambu até a Av. Doutor Theberge, nas proximidades do Calçadão Vila do Mar, na Barra do Ceará.
Durante o ato, a ADUFC também reforçou a campanha permanente “Educação em Defesa da Democracia”, lançada na sexta-feira, na celebração dos 42 anos do sindicato. A manifestação, encerrada com ato político-cultural ao fim da manhã, foi organizada pelo Fórum Sindical, Popular e de Juventudes de Luta pelos Direitos e pelas Liberdades Democrática, do qual a ADUFC participa, além de Central Única dos Trabalhadores (CUT-Ceará); Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB); Coletivo Sindical e Popular Travessia; Central da Classe Trabalhadora (Intersindical); Frente Brasil Popular – Ceará; e Frente Povo Sem Medo.
A defesa dos direitos trabalhistas e de uma politica econômica que garanta emprego e acesso à renda, à educação e à saúde foi reforçada no discurso do presidente da ADUFC-Sindicato, Prof. Bruno Rocha. O docente enfatizou a importância de os/as professores/as das universidades federais do Ceará se juntarem a toda a classe trabalhadora nessa data: “Estamos numa luta pela democracia e pelas garantias constitucionais. Hoje é um dia de reafirmar a luta da classe trabalhadora em defesa dos direitos trabalhistas, dos serviços públicos e, mais uma vez, reforçar o nosso compromisso imediato com a defesa da educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada”.
A secretária geral da ADUFC, Profª. Helena Martins, disse considerar “fundamental” para a classe trabalhadora voltar a ocupar as ruas nessa data histórica. “Um momento em que as condições de vida pioraram muitíssimo e, portanto, temos mais motivos ainda pra sair às ruas em defesa da democracia e também por direitos sociais e contra Bolsonaro”, disse a docente.
Educação e Democracia: nova campanha da ADUFC vai às ruas
A campanha permanente “Educação em Defesa da Democracia”, lançada na última sexta-feira, durante as comemorações de aniversário de 42 anos da ADUFC, ganhou reforço durante o ato do 1º de Maio. Prof. Bruno Rocha explica que ela segue durante todo o ano de 2022. Entre seus objetivos, ele apontou: garantir todos os direitos da população brasileira em relação ao acesso à educação; e garantir o orçamento das universidades públicas e o da educação básica. “Dessa forma, lutamos para construir uma educação mais solidária e mais efetiva para transformar a realidade da nossa sociedade. Esse é o nosso compromisso e esse é o mote da nossa campanha”, disse Bruno, durante a passeata pelas ruas do bairro Pirambu.
Também diretor da ADUFC-Sindicato, o Prof. Roberto da Justa se integrou à manifestação do domingo e classificou a campanha permanente como um movimento “muito importante para toda a comunidade acadêmica”. Ele avalia, ainda, o momento como “estratégico, em que estamos inseridos em um cenário bastante complexo, de ameaça à democracia, de ameaça às universidades, resistindo e reforçando nosso posicionamento”.
Todos os setores da educação estiveram nas ruas do Brasil durante os dias que antecederam o 1º de Maio, por ocasião Semana de Luta do Setor das IFES do ANDES-SN (25 a 29 de abril), que teve como tema central “Pela reposição salarial e em defesa da Educação Pública”. Foi o que relembrou a Prof. Zuleide Queiroz (URCA) e dirigente do ANDES-SN. A mobilização ocorreu conjuntamente com demais servidoras e os servidores públicos federais (SPF), no âmbito do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), em defesa dos serviços públicos e pela reposição salarial de 19,99%. A luta dos/as professores/as também foi levada ao 1º de Maio.
“Também estamos aqui pra fortalecer a grande campanha que a ADUFC está realizando em defesa da Educação, num momento em que a gente está num ano de eleições e em que precisamos derrubar o Bolsonaro nas ruas e nas urnas”, afirmou Zuleide Queiroz. Para ela, falar de educação na atual conjuntura é essencial porque os ataques não cessam, a exemplo do “teto de gatos, corte de verbas da ciência e tecnologia, retirada dos recursos para a assistência estudantil e retorno presencial sem as devidas condições”. Helena Martins também justificou a importância da campanha pela compreensão de ser uma “batalha fundamental” deste ano: “Temos de fortalecer muitíssimo junto à população a ideia de que uma sociedade melhor é uma sociedade com mais, e não com menos direitos”.
Ceará: atos também no interior
No interior, a praça em frente à igreja matriz de Tabuleiro do Norte sediou o ato unificado da Região Jaguaribana. Em Tianguá, na Serra da Ibiapaba, as atividades alusivas ao 1º de Maio ocorreram concomitantemente à programação da Feira da Agricultura Familiar, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (STRAAF). Já em Icó, a programação ocorreu durante a comemoração de 50 anos de fundação do STRAAF do município.