A Diretoria da ADUFC-Sindicato repudia, veementemente, os escândalos divulgados ao longo desta semana envolvendo o Ministério da Educação (MEC) que revelam o beneficiamento de pastores ligados ao governo Bolsonaro no repasse de verbas públicas federais da educação. Em áudio divulgado na última segunda-feira (21) por veículos de imprensa, o próprio ministro da Pasta, Milton Ribeiro, afirma que o governo prioriza prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.
As denúncias escancaram as práticas largamente conhecidas deste governo federal de favorecimento de aliados e de troca de favores com fins eleitorais. Isso tudo sendo financiado por recursos públicos, confirmando a corrupção autorizada e incentivada pelo Palácio do Planalto. Também reforçam a insustentabilidade de um governo que resolveu se cercar do que há de mais atrasado e vergonhoso na política institucional ao se aliar ao centrão e fazer negociatas com a bancada evangélica em troca de apoio.
A Diretoria da ADUFC também condena o desacato flagrante do governo Bolsonaro ao princípio constitucional do Estado laico, ao beneficiar com verba e cargos públicos um setor ligado a uma determinada religião em desfavorecimento do interesse público. Jair Bolsonaro negocia o patrimônio público brasileiro e ataca a Constituição Federal com o intuito fisiológico de tentar se reeleger. É lamentável que, diante da crise generalizada enfrentada no país, recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), voltados para obras de creches, escolas e compra de materiais, estejam sendo negociados no escuso balcão de negócios do governo federal.
O assessor especial do gabinete do MEC Odimar Barreto dos Santos, pastor e major da reserva da Polícia Militar de São Paulo que participava diretamente das negociações, teve sua exoneração publicada na última sexta-feira (18), quando as denúncias começaram a vir a público. No entanto, o escândalo coloca em xeque tanto o cargo do ministro da Educação, que já acumulava uma série de práticas desprezíveis (racistas, LGBTfóbicas e capacitistas), como do presidente da República, que é o líder maior dos esquemas.
Fortaleza, 23 de março de 2022
Diretoria da ADUFC-Sindicato
Gestão Resistir e Avançar (Biênio 2021-2023)
(*) ANDES-SN, Fasubra e Sinasefe também cobraram a demissão imediata do ministro da Educação. Leia a matéria completa no site do Sindicato Nacional