Compondo o Fórum Permanente em Defesa do Serviço Público – Ceará, docentes da ADUFC-Sindicato participaram em Brasília, durante toda esta semana, da agenda nacional pela campanha salarial dos servidores públicos federais. Já se passaram mais de dois meses desde que foi protocolada no Ministério da Economia a pauta com o conjunto de demandas, sendo a principal a reposição inflacionária de 19,99% referente aos três anos de governo Bolsonaro, período em que o funcionalismo público teve seus salários congelados. A mobilização nacional – liderada por fóruns e entidades sindicais como ANDES-SN e Fonasefe – é para que o governo federal quebre o silêncio e negocie com os servidores federais.
Estiveram em Brasília reforçando a mobilização nacional as professoras Ana Paula Rabelo, 1ª tesoureira da ADUFC; Antonia Suele de Souza, coordenadora do curso de Letras da UNILAB; Denise Ferreira, coordenadora do curso de Antropologia da UNILAB; e Geny Lustosa, do Departamento de Estudos Especializados (Faced/UFC).
Na última quarta-feira (16), servidoras e servidores federais de todo o país participaram do Dia Nacional de Mobilização, Paralisações e Manifestações. Na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, os manifestantes se concentraram no Espaço do Servidor, no bloco C, e saíram, em passeata, ocupando três das faixas principais da avenida. Acompanhados por um carro de som, entoavam frases de ação contra o governo Bolsonaro, enquanto balançavam placas e faixas com palavras pelo reajuste salarial mínimo para todas as categorias do funcionalismo público. O ponto de chegada foi o Ministério da Economia, no bloco P.
Em frente ao prédio da Economia, representantes das diversas categorias discursaram sobre a pauta e também sobre a conjuntura e o desmonte dos serviços públicos. Representantes de diversas entidades sindicais permanecerão em vigília em frente ao Ministério da Economia até o dia 23 de março, quando poderá ser instalada a greve geral, caso não haja negociação.
Na tarde da última terça-feira (15), servidores marcaram presença na audiência pública que discutiu estratégias para o reajuste emergencial do serviço público, na Câmara dos Deputados. “A gente está trabalhando com a possibilidade de que os deputados se sensibilizem, principalmente porque é um ano eleitoral e essa reposição precisa ser de todos os servidores federais. E a perda salarial inflacionária real da categoria docente é maior do que o que está sendo negociado”, salienta a Profª. Ana Paula Rabelo. Em algumas faixas salariais, professores das universidades federais acumulam, na última década, quase o dobro do índice reivindicado agora, referente a perdas salariais de anos anteriores.
Luta por reajuste salarial foi iniciada em janeiro
Servidoras e servidores públicos federais protocolaram no Ministério da Economia, em 18 de janeiro, um documento com diversas reivindicações para o governo federal, incluindo o reajuste emergencial de 19,99% para todas as categorias. Um mês depois, sem resposta do ministro da Economia Paulo Guedes, foi organizado mais um ato, reforçando que as categorias estariam dispostas a negociar com o governo.
Ainda sem qualquer retorno do governo, servidores e servidoras uniram esforços e, no último dia 9, lançaram o Comando Nacional de Mobilização e Construção da Greve, com objetivo de unificar as iniciativas da base e fortalecer a organização das diversas categorias em todas as regiões do Brasil.
(*) Com informações do ANDES-SN