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CAMPANHA SALARIAL 2022 – Defesa do serviço público nas próximas eleições é pautada na 2ª etapa do Seminário para Planejamento de Lutas

Com a participação de mais de 40 representantes de 17 entidades sindicais, foi realizada, na última quarta-feira (2/2), a segunda etapa do Seminário Online do Fórum Permanente em Defesa do Serviço Público – Ceará para Planejamento de Lutas em 2022. Desta vez, o debate envolveu pautas relacionadas à defesa do serviço público nas eleições deste ano; e à organização, à comunicação e ao financiamento do Fórum; bem como marcou a abertura do processo para escolha da nova coordenação. A ADUFC-Sindicato também participou da atividade, a exemplo da 1ª etapa, realizada duas semanas atrás (19/1). Todo o seminário foi realizado em formato online, através da plataforma Zoom.

A defesa do serviço público nas eleições legislativas e executivas em 2022 pautou um dos temas centrais das discussões, abertas por Luís Carlos Paes, da diretoria do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal/Fortaleza). O economista fez uma breve análise histórica das recentes crises que atravessam o Brasil e reforçou a necessidade e o compromisso do serviço e dos servidores públicos com a defesa de um estado forte. “O Brasil é hoje uma nação semidestruída. Para sair desse buraco, precisamos aproveitar essas eleições pra fazer uma mudança de rumo pro país, buscando uma alternativa que coloque no centro a construção de um novo modelo de desenvolvimento”, disse.

Esse “novo modelo” apontado por Paes passaria por um estado nacional forte, por serviços públicos de qualidade e, ainda, pela estabilidade e pela valorização do serviço público. O economista avaliou como necessária a presença dos servidores públicos nas discussões desse projeto com os candidatos de todas as esferas. A ideia, segundo ele, é construir uma força política ampla no país e que tenha como centro o campo democrático e progressista, os trabalhadores, a juventude e os movimentos sociais. “Isso para que a gente possa aglutinar forças mais amplas em torno de um projeto de salvação nacional, de recuperação da nossa economia, o que não vai ser simples, nem fácil”, destacou. Dentro desse projeto, ele lembrou que têm de ser consideradas as demandas dos servidores públicos nas várias instâncias. 

A análise de Luís Carlos Paes tocou em pontos como a interligação da crise econômica iniciada nos idos 2007-2008, “que não se resolveu”, com a crise sanitária da pandemia de Covid-19. Ele observou que a pandemia atinge as populações de forma muito diferente, em que os países mais ricos têm maior possibilidade de reagir e que, dentro de cada país, as populações de menor poder aquisitivo também são mais atingidas – “o que inclui trabalhadores e desempregados”. E destacou a importância de uma estrutura de saúde pública mais desenvolvida no êxito dessas reações: “Não apenas os países socialistas ou ditos socialistas, mas mesmo no mundo capitalista, vimos que onde se tem o sistema de saúde pública, a resposta foi mais efetiva no combate à Covid”.

“Nenhum país desenvolvido prescindiu de um estado nacional forte”

Apesar da crise econômica e sanitária, a concentração de renda no Brasil vem aumentando, assim como o número de bilionários e suas riquezas. Ao mesmo passo, as diferenças sociais se agravam. Sobre essa temática, o dirigente do Sinal-Fortaleza enfatizou novamente o papel e a importância do serviço público como força motora do estado forte necessário ao desenvolvimento do país. Luís Carlos Paes lembrou que, desde o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff em 2016, a situação vivenciada no Brasil é de governos sem compromisso com um projeto nacional de desenvolvimento. “Pelo contrário, tanto (Michel) Temer quanto (Jair) Bolsonaro estão aí para destruir o que foi construído durante o século passado e o início do atual no país. Destroem a nossa indústria nacional, nosso mercado interno, os salários dos trabalhadores, os direitos trabalhistas”.  

Durante sua apresentação no seminário do dia 2, o economista classificou como “fundamental” a relação entre o desenvolvimento de qualquer país a um estado nacional forte. “Não conhecemos nenhum país desenvolvido que prescindiu de um estado nacional forte que induziu seu desenvolvimento”, disse, acrescentando que esse fortalecimento se deu em vários âmbitos, como: indústria nacional, ciência, tecnologia e inovação. No Brasil não seria diferente, apontou o painelista: “Esse período do século XX em que o país mais se desenvolveu e se industrializou, que se formou uma classe operária mais forte, mais organizada e que conquistou direitos foi um período com um projeto de desenvolvimento tendo como centro um estado forte. E o Brasil é hoje uma nação semidestruída”.

A alternativa para “sair desse buraco” apontada por Paes é a busca por uma mudança de rumo para o país, que coloque no centro a construção de um novo modelo de desenvolvimento que passa por um estado nacional forte e “por serviços públicos de qualidade e pela estabilidade e pela valorização do serviço público”. A discussão desse projeto deve ser feita com os candidatos, destacou. Nesse sentido, o Fórum das Centrais Sindicais se reuniu nos últimos dias e está convocando para o próximo dia 7 de abril uma Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) para discutir e aprovar uma proposta dos/as trabalhadores/as brasileiros/as para ser encaminhada aos candidatos à presidência da República. “Nós, servidores públicos das várias instâncias, nossos sindicatos, devemos fazer essa discussão oferecer nossas sugestões para o Brasil e para o serviço público em particular”, reforçou.

(*) Atualizações sobre a Campanha salarial 2022 – servidores públicos (civil) podem ser encontradas no site do Fórum Permanente em Defesa do Serviço Público – Ceará.

Seção sindical dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará

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