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COMUNICAÇÃO E CULTURA – Livro “Contribuições para um debate não-cidadão” será lançado com roda de conversa no dia 4 de novembro

“Os princípios morais de cidadania não nos protegem.
É inevitável não apostar na força política revolucionária
do fracasso programado da nossa não-cidadania,
para elaborarmos estratégias de realização do impossível.
A inclusão não nos liberta!”

Num questionamento poético dos papéis das instituições e suas formas de organização, será lançado, na próxima quinta-feira (4/11), o livro “Contribuições para um debate não-cidadão”, da artista e cientista social Tiago Manguebixa. Na ocasião, professores/as das áreas de História e Jornalismo participarão de uma conversa com a autora cearense, natural de Barbalha. A atividade é uma realização da ADUFC-Sindicato, através do Grupo de Trabalho (GT) Comunicação e Cultura, em parceria com o SINDURCA. Ambas as entidades farão transmissão ao vivo, via YouTube, do debate de lançamento, que terá início às 16h.

“O livro é uma provocação a pensarmos, de alguma forma, a imaginação de autoria negra, a partir das criações de Tiago, das suas poéticas, da sua possibilidade de existência por meio da arte, da escrita”, avalia a Profª. Elane Abreu, do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Cariri (UFCA) e convidada para o debate. A pesquisadora aponta como relevante essa provocação à “expansão dos limites das caixas que muitas vezes são colocadas para as existências negras”. Elane lembra, ainda, que corpos negros muitas vezes estão violentados por discursos colonialistas e limitadores: “a provocação de Tiago para um debate não-cidadão é também se colocar como essa autora que não está enquadrada num determinado modelo herdado, limitado, para uma imaginação negra”.

Além de Elane, participarão da conversa com a autora os professores Thiago Florêncio, do curso de História da Universidade Regional do Cariri (URCA) e Tiago Coutinho, também do curso de Jornalismo da UFCA e membro do GT realizador do lançamento. Coutinho, que também é diretor de Atividades Científicas e Culturais da ADUFC, diz enxergar a promoção e divulgação de artes que não são tão acessíveis como um dos papéis do sindicato. “Artes que estão sendo produzidas fora do grande circuito, como esse livro, uma experiência artesanal feita de forma muito vigorosa e que traz uma série de reflexões que são urgentes e necessárias pro nosso mundo”, exemplifica.

Ainda de acordo com o Prof. Tiago Coutinho, a obra livro “Contribuições para um debate não-cidadão”, questiona os papéis das instituições, discutindo as nossas formas de organização. “Esses debates também são importantes e necessários que o sindicato os faça, tanto como uma forma de tentar promover uma arte revolucionária, como também uma forma de arejar nosso dia a dia, de trazer outras reflexões. Poder trazer um debate que não seja estritamente sindical. É o que a gente almeja com o lançamento desse livro”, explica.

“Fracasso enquanto força política”

Tiago Manguebixa tem 23 anos e descreve-se, na própria obra, como “uma pessoa preta com melanina enfática”, “sem dinheiro no banco” e que dá “vazão ao desejo que corre apesar de e além das normas”. Atualmente mestranda em Sociologia pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), a autora refere-se ao conteúdo do livro como “textos de experiência, acontecimentos, atravessamentos”. A evocação de uma espécie de “livro-performance” também é sugerida por ela.

O papel questionador a que se referem os professores-debatedores é evidenciado ao longo da obra e no próprio discurso da autora, quando ela exemplifica a existência de “vários grupos que estão denunciando que o principal violentador deles é o Estado e, paralelo a isso, a gente recorre ao Estado em busca de proteção”. Tiago Manguebixa defende que existe uma limitação dada a partir do mesmo lugar em que se cria o problema: “Esse livro é sobretudo essa questão: como é que podemos liberar nossa imaginação desse cativeiro que nos diz que as respostas virão do mesmo lugar em que se constrói o mesmo problema que estamos enfrentando?”.

A autora também convida o/a leitor/a a refletir o fracasso enquanto força política, e não como uma força paralisante. “Nossa forma de fazer política já está num lugar de escassez. Ao invés de pensar essa escassez, essa crise e esse fracasso como esse lugar de paralisia, podemos habitar esse fracasso e extrair dele uma imaginação que possa nos permitir pensar, fazer, sentir outras coisas”, aponta Tiago Manguebixa. 

(*) O lançamento-debate tem início às 16h do dia 4/11, com transmissão ao vivo pelos canais da ADUFC e do SINDURCA no YouTube.

Seção sindical dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará

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