Pesquisadores/as, estudantes, intelectuais, comunidades acadêmicas, agentes políticos governamentais e não governamentais, além de lideranças dos movimentos sociais negros estarão reunidos, durantes três dias de reflexão e trocas de experiências, no III Congresso de Pesquisadores Negros do Nordeste (COPENE). Com início na próxima quarta-feira (27/10), o evento segue, em formato virtual, nos dias 28 e 29 de outubro, tendo como um dos parceiros a ADUFC-Sindicato, através do Grupo de Trabalho (GT) de Políticas de Classe e Étnico-Raciais.
O Congresso será sediado na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (UNILAB) e no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), duas das instituições realizadoras, juntamente com a Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (APBN). O tema desta edição é “Agenda 2040: desafios e avanços para políticas públicas e de ações afirmativas no Nordeste na sequência de Durban”.
A ideia é promover o encontro a fim de refletir sobre a importância das políticas de ações afirmativas no Nordeste e avaliar e fomentar discussões, debates e perspectivas futuras para as políticas das ações afirmativas. Ao longo dos três dias, serão promovidos fóruns, conferências, mesas e oficinas; além de serem abertos espaços para relatos de experiências afro-pedagógicas, feira de empreendedorismo, lançamento de livros, atividades culturais e performances de cantadores. As principais conferências vão ser transmitidas pelo YouTube no canal oficial do congresso e no canal oficial da UNILAB.
Segundo a Comissão Organizadora da 3ª COPENE Nordeste, a temática desta terceira edição faz referência à Conferência de Durban, na África do Sul, em 2001, que foi o marco nos ganhos na esfera jurídica para a população negra. Ela impôs a inclusão de iniciativas concretas na política educacional e nas práticas escolares. Como resultado dessa nova atitude e postura política diante da questão racial, foi sancionada a Lei nº 10.639/03, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e, em 25 de abril de 2012, o Supremo Tribunal Federal estabeleceu a política de cotas como um direito constitucional nas universidades – é o que lembra a Comissão Organizadora ao apresentar o Congresso, apontando esse direito como “uma grande vitória da população negra”.
A ideia é também fomentar discussões, debates e perspectivas futuras para as políticas das ações afirmativas para uma agenda que tem como norte o ano de 2040 – calendário proposto pela UNESCO e outros agentes financiadores de pesquisa no mundo. A organização do COPENE enfatiza, ainda, outra proposta importante do evento: identificar as principais mudanças ocorridas na vida da população negra a partir da implementação de políticas de ações afirmativas, bem como debater acerca da temática das relações étnico-raciais.
Ensino, pesquisa e extensão: relações raciais em pauta
Os congressos regionais começaram a ganhar força em 2017, a partir das necessidades de pensar às questões relativas à população negra e com base das diretrizes e ampliação de ações da ABPN. O primeiro ocorreu na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), sob o título “Presença Negra no Nordeste para Além dos Tambores: Saberes Culturais e Produção de Conhecimento”. Já em 2019, o COPENE foi sediado na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), sob o tema “Epistemologias Negras e Lutas Antirracistas”.
A ABPN foi fundada em 1999, com o objetivo de articular pesquisadores e pesquisadoras científicos e não acadêmicos, em nível nacional e regional com intuito de desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão nas temáticas relativas às relações raciais. A ABPN é uma associação civil, sem fins lucrativos, filantrópica, assistencial, cultural, científica e independente, com temática de interesse da população negra do Brasil.
(*) Mais informações sobre o III COPENE no site oficial e no perfil do evento no Instagram
