A ADUFC-Sindicato lança esta nota em apoio à categoria dos servidores técnico-administrativos da UFC e ao SINTUFCE, sua entidade representativa, tendo em vista a portaria publicada pelo interventor que determina retorno presencial em 1º de outubro para esses servidores, sem submeter o assunto a nenhum colegiado da instituição e sem a necessária contrapartida de condições de trabalho e segurança sanitária.
O SINTUFCE reivindica um plano de retorno dialogado, garantia de EPIs e de adaptações de infraestrutura, revezamentos, horários diferenciados, permanência no trabalho remoto para grupos vulneráveis, estudos sobre cobertura vacinal nos vários campi, capital e interior, dentre outras medidas. Queremos manifestar aqui nosso apoio irrestrito a essas reivindicações, que são inteiramente justificadas e fazem parte inclusive dos protocolos recomendados pelo Governo do Estado do Ceará.
Essas reivindicações estão sendo apresentadas porque a Reitoria da UFC apenas indicou o retorno presencial aos TAEs, por meio de portaria, mas não definiu claramente as responsabilidades e compromissos da administração superior com esse retorno. O protocolo sanitário, posteriormente divulgado, aponta condições para o retorno, mas só compromete a instituição no fornecimento de álcool em gel e toalhas de papel, mas não em adaptações dos ambientes de trabalho e de circulação de pessoas. Ao que tudo indica, pretende deixar mais uma vez que TAEs e docentes assumam a responsabilidade, inclusive individualmente, por aquilo que a administração superior (ou seja, Reitoria e conselhos superiores, como define o estatuto da UFC) deveria fazer e garantir.
Tal atitude mostra que esses que ocupam a Reitoria da UFC hoje nada entendem de gestão pública. A falta de compromisso com a comunidade universitária e com a sociedade em geral é completa. Depois de definir que os setores administrativos devem voltar, o interventor divulga na imprensa que serão “respeitados” os que não quiserem se vacinar. E, o que é ainda mais grave, sem dar nenhuma sinalização sobre aquisição de testes e protocolos de testagem, medidas que envolvem recursos e precisariam ser implementadas pela Reitoria.
O SINTUFCE afirma em sua nota que negar as reivindicações por medidas sanitárias é colocar em risco as vidas dos TAEs e que o sindicato não será cúmplice desse atentado à saúde dos servidores. Dessa maneira, alerta a Reitoria para as responsabilidades às quais não pode se furtar, sob pena de juntar-se a seu presidente também nos processos de crimes contra a humanidade. A ADUFC apoia o SINTUFCE nessa luta, que é de toda a comunidade universitária, e reafirma que a categoria docente está ao lado dos TAEs na defesa da saúde, da vida e da democracia na UFC.