A diretoria da ADUFC-Sindicato, reunida nesta terça-feira (6/7), discutiu mais uma vez a possibilidade de retorno presencial das aulas na Universidade Federal do Ceará (UFC), tendo em vista a Portaria nº 167, que regulamenta as atividades da UFC no contexto da pandemia de Covid-19 e deixa “facultado aos professores(as) a possibilidade da oferta de aulas teóricas na modalidade presencial”.
A ADUFC recomenda que o retorno às aulas presenciais ocorra no momento em que três condições sejam atendidas:
- i) que a comunidade acadêmica (docentes, discentes e servidores) tenha recebido imunização completa;
- ii) que tenham sido garantidas condições de infraestrutura para atividades híbridas; e
- iii) que o cenário epidemiológico seja favorável, com baixa taxa de transmissão do coronavírus.
Além dessas condições, defende que esse retorno seja fruto de uma decisão coletiva e amadurecida pela comunidade universitária.
Tais elementos são básicos para que tenhamos segurança da comunidade e condições efetivas de trabalho, o que cabe à universidade garantir. Ao longo de toda a pandemia, tem recaído sobre os professores a responsabilidade pela adaptação do cotidiano e pela garantia das condições de infraestrutura para a realização das aulas remotas. Também os custos do trabalho têm sido internalizados pelos trabalhadores e trabalhadoras. Essa situação é frequentemente questionada pela ADUFC, que não tem obtido respostas da administração superior.
A mesma lógica de transferência de responsabilidades parece guiar a ação da reitoria diante da possibilidade de retorno remoto. Exemplo disso, a universidade solicitou aos gestores das unidades a entrega de planos de retorno gradual, acompanhamento e planejamento que deveriam ser coordenados pela administração superior, que é responsável pela efetivação de medidas sanitárias e outras decorrentes do contexto atual, como adaptação das salas de aula, ampliação de espaços para circulação de ar e disponibilização de equipamentos de segurança sanitária.
O sindicato entende que não é possível determinar a realização de atividades híbridas sem que as condições sejam garantidas pela instituição. Além disso, sabemos que a pandemia ampliou a mediação tecnológica das mais diversas atividades, como de ensino, pesquisa e extensão, o que traz muitos desafios. É necessário que a universidade amplie seu corpo técnico, com mais servidores/as, e garanta a infraestrutura básica para o desenvolvimento das nossas atribuições em tal contexto, como internet nos campi e equipamentos para videoconferência em salas e laboratórios.
Toda essa situação evidencia a necessidade de termos uma universidade democrática e que possua condições para seu funcionamento. Por isso, além de defender o retorno seguro às aulas e a vacinação para toda a população, seguimos em luta contra a Reforma Administrativa, por investimento em educação e em defesa da democracia, na UFC e no Brasil.
Fortaleza, 6 de julho de 2021
Diretoria da ADUFC-Sindicato
Gestão Resistir e Avançar (Biênio 2021-2023)