Fortaleza-CE. Em ordem, fotos de: 1. Thainá Duete; 2. Raquel Chaves/ADUFC-Sindicato; 3. Marcel Bezerra; e 4. @bluzfilms
A ADUFC-Sindicato marcou presença, no último sábado (3/7), em mais uma manifestação Fora Bolsonaro, ao lado de diferentes entidades e milhares de pessoas que foram às ruas para pedir a interrupção de um governo federal negacionista, descompromissado com os direitos sociais e corrupto. Os protestos estavam previstos para o fim de julho, mas foram antecipados diante dos escândalos de corrupção envolvendo a compra de vacinas contra a Covid-19 no Brasil, expostos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado Federal que apura irregularidades na gestão da pandemia. No Ceará, os atos ocorreram em Fortaleza e no interior.
Pelo Fórum Sindical, Popular e de Juventudes de Luta pelos Direitos e pelas Liberdades Democráticas, a ADUFC compôs a comissão organizadora e de mobilização dos atos do 3J na capital, ao lado da Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo. Em Fortaleza, a passeata partiu da Praça Portugal, na Aldeota, em direção à Praia de Iracema. No interior também foram realizados protestos em diversos municípios, como Caucaia, Juazeiro do Norte, Limoeiro do Norte, Icó, Iguatu, Itapipoca e Sobral.
A ADUFC produziu camisas, adesivos, bandeiras e faixas com frases a favor da vacina e da ciência e distribuiu máscaras PFF2 nos atos, que resultam de uma mobilização nacional da esquerda, dos movimentos sociais e do campo progressista contra o governo Bolsonaro. Entre as reivindicações, vacina para todos e todas, volta do auxílio emergencial de R$ 600 e defesa da educação pública, de uma política de empregos, do Sistema Único de Saúde (SUS) e do serviço público, com o enfrentamento à Reforma Administrativa (PEC 32/2020).
Em ordem: 1. Limoeiro do Norte (Foto: Tarcísio Aquino); 2. Juazeiro do Norte (Foto: Rodolfo Santana/Brasil de Fato); 3. Quixadá (Foto: Rayanne Ferreira); e 4. Caucaia (Foto: ADUFC-Sindicato/Reprodução)
Mobilizações ocuparam as ruas de cidades do Brasil e do exterior
Em São Paulo, a manifestação teve início na Avenida Paulista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), e passou a ocupar mais de seis quadras da avenida, antes do início de uma marcha para descer a Rua da Consolação e chegar à praça Roosevelt. O ato contou com dezenas de milhares de pessoas portando placas de protesto contra o presidente da República e grandes faixas com mensagens contra Bolsonaro e seu governo, em defesa da vida e contra as opressões. Em Brasília, o protesto se concentrou no Museu Nacional e seguiu em direção à Esplanada dos Ministérios. Um boneco inflável de cerca de dez metros representando Bolsonaro, com garras e sangue, foi trazido pelos participantes.
Atos contra o governo Bolsonaro também foram registrados em países europeus como Alemanha, Áustria, Inglaterra e Irlanda. Em Berlim, dezenas de manifestantes se encontraram no Portão de Brandemburgo segurando faixas e cartazes com críticas à gestão da pandemia no Brasil e pediam o impeachment de Bolsonaro, além de denunciarem a violência contra os povos indígenas. Os cartazes também lembravam a vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018, no Rio de Janeiro.
Os protestos do 3J foram realizados duas semanas após a mobilização anterior, do dia 19 de junho, e poucas horas após a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber autorizar a abertura de inquérito para investigar o presidente da República por crime de prevaricação. A decisão da ministra atendeu a um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) do último 2 de julho e estabelece o prazo inicial de 90 dias para as investigações.
A pressão sobre o governo nas ruas e fora delas tende a se intensificar. No último dia 30 de junho, um “superpedido” de impeachment de Jair Bolsonaro foi protocolado na Câmara Federal numa iniciativa coletiva de partidos, entidades da sociedade civil, movimentos sindical e social. Elaborado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), o documento reúne os mais de 120 pedidos de impeachment já encaminhados e até agora ignorados pelo deputado federal Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa.
Manifestantes levaram aos atos de várias cidades do país mensagens cobrando uma postura de Arthur Lira sobre esses mais de 100 pedidos de impeachment contra Bolsonaro. A exemplo das outras manifestações, os protestos do último sábado se tornaram mais uma oportunidade para lembrar a memória dos/as mais de 520 mil brasileiros e brasileiras que morreram de Covid-19. Familiares e amigos fizeram homenagens às pessoas queridas que perderam vítimas do vírus e da necropolítica do Governo Federal, que apostou na contaminação massiva e negligenciou a compra de vacinas para conter a doença.
A ADUFC tem construído e reforçado resistências coletivas, junto com movimentos sociais e entidades que defendem a educação, contra a política negacionista e entreguista de Jair Bolsonaro. Em 19 de maio deste ano, o sindicato participou de ato em frente à Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza, no Dia Nacional de Luta – A educação precisa resistir, contra os cortes federais bilionários no orçamento para a educação em 2021 e a imposição do retorno presencial às aulas sem vacinação massiva. No último 29 de maio, juntou-se a milhares de manifestantes no Dia Nacional de Luta Por Fora Bolsonaro, que contou com atos em todos os estados brasileiros. Também no 19J, que mobilizou milhares pelo Fora Bolsonaro Brasil afora em 19 de junho último, a ADUFC esteve presente na luta.
(*) Com informações do ANDES-Sindicato Nacional.
(*) Assista ao vídeo do 3J produzido pelo Fórum Sindical, Popular e de Juventudes de Luta pelos Direitos e pelas Liberdades Democráticas e pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo: