No próximo sábado, 19 de junho, a ADUFC-Sindicato se junta a outros movimentos sociais, frentes e organizações sindicais em atos de rua, que se espalharão por todo o país para denunciar a política de morte do governo de Jair Bolsonaro. Já são quase 500 mil vidas perdidas para a Covid-19 no Brasil, e à gravíssima crise sanitária se somam problemas sociais profundos, como o aumento das desigualdades sociais, do desemprego e da fome. Sair às ruas em um contexto complexo e cruel como o que vivenciamos é necessário para lutar por vacina, direitos sociais, Auxílio Emergencial de R$ 600. É, sobretudo, uma mobilização em defesa da vida e da democracia.
Em Fortaleza, as atividades organizadas pela Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo ocorrem de forma unificada e contemplam dois atos simultâneos: uma passeata que sairá da Praça da Gentilândia, às 15h30, e uma carreata (com ala para bicicletas), cujo ponto de partida será a Igreja de Santa Edwiges, na Avenida Leste Oeste. Cabe a cada manifestante decidir em qual das atividades se sente mais confortável de estar, a partir de sua realidade.
Participar de atos de rua em um contexto pandêmico não é um desejo, pois sabemos que o momento ainda exige muitos cuidados em relação à saúde individual e coletiva. Por isso, as entidades que organizam as mobilizações e os próprios manifestantes devem manter vigilância em relação aos cuidados e precauções para se evitar a transmissão de Covid-19, como garantir distância entre participantes e usar máscara PFF2 antes, durante e depois dos atos. Vale ressaltar que as manifestações ocorrem ao ar livre, e não em ambientes fechados como as salas de aula. Além disso, os atos não são eventos diários; ao contrário, são extraordinários e têm duração específica.
Vamos às ruas, seja na praça ou na carreata, contra os ataques à democracia, para denunciar a política genocida de um governo federal empenhado na degradação das políticas sociais e sem qualquer compromisso com a vida. Participaremos das mobilizações do 19J para lutar por políticas de combate à fome e contra o aumento avassalador da miséria, que se alastra pelo Brasil, onde mais de metade da população vivencia a insegurança alimentar.
Como representante de docentes, a ADUFC vai às ruas também contra os cortes na educação e em defesa da universidade pública. E se levanta contra a Reforma Administrativa, que avança por meio da PEC 32/2020 no Congresso Nacional. Tal proposta ameaça o serviço público, precarizando as relações trabalhistas e encolhendo a máquina pública exatamente nas políticas sociais em que o Estado é mais importante. Constitui, assim, uma ruptura do pacto social estabelecido na Constituição Federal de 1988.
Neste momento, ir às ruas representa dizer que a maioria deste país não concorda com políticas autoritárias, elitistas e negacionistas da ciência. Simboliza reafirmar que brasileiras e brasileiros estão insatisfeitos e cansados diante de uma política federal que despreza até mesmo a vida da população. Uma política que mata por Covid-19, por violência do Estado, por racismo, por apatia. Sair às ruas no dia 19 de junho é reafirmar que somente com a vacinação massiva retomaremos nossas vidas normalmente. E que não aceitaremos ser governados por um presidente da República que apostou na disseminação do vírus e ignorou dezenas de ofertas para a compra de vacina, enquanto centenas de milhares de famílias enterravam entes queridos vítimas da Covid-19.
Mais de 14 meses após a chegada da pandemia no Brasil, após exaustivas pesquisas, já temos muitas informações sobre as formas de prevenção e de transmissão da Covid-19 – predominantemente por via aérea, enquanto a contaminação por superfície é baixa. Jair Bolsonaro presta mais um desserviço ao defender o fim do uso de máscaras, ao passo que sabemos que elas ainda são as principais ferramentas de prevenção do vírus. Para contribuir com a segurança da população, a ADUFC garantirá a distribuição de máscaras PFF2 nos atos, na capital e no interior do estado, como ocorreu nas manifestações do último dia 29 de maio.
Cuidados devem ser reforçados durante os atos
Durante as atividades de 19 de junho, é necessário que os nossos cuidados sejam redobrados. É fundamental que os/as manifestantes já saiam de casa utilizando máscara PFF2 e se mantenham com ela durante todo o ato. Ao chegar ao local da manifestação, devem ficar sempre ao ar livre e buscar garantir uma distância de um a dois metros das demais pessoas. A exemplo do que ocorreu em outras passeatas, há a possibilidade de organização dos atos em fileiras com distanciamento social garantido.
Os/as manifestantes não devem retirar a máscara para comer, conversar, falar ao microfone ou fumar, por exemplo, exceto se ela estiver úmida e precisar ser trocada. A ADUFC também vai distribuir amostras de álcool gel 70% e recomenda que os/as manifestantes levem esses itens de casa, se possível, para que limpem as mãos com frequência. Também deve-se evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam devidamente higienizadas.
Após os atos, a orientação é para que todas e todos sigam para casa e não confraternizem com amigos/as nem em bares nem em ambientes privados. A máscara deve ser retirada apenas ao chegar em casa. A responsabilidade pela segurança individual e coletiva é de todos nós, assim como lutar pela derrubada de um governo federal que é mais letal do que a Covid-19.