Em reunião realizada na noite desta segunda-feira (14/6), o Conselho de Representantes (CR) da ADUFC aprovou, por unanimidade, a adesão do sindicato às mobilizações Fora Bolsonaro que ocorrerão no próximo sábado (19/6), organizadas pela Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo. Em Fortaleza, serão realizadas duas atividades unificadas: uma passeata partindo da Praça da Gentilândia, às 15h30, e carreata – com ala reservada às bicicletas – saindo da Avenida Leste Oeste, em frente à Igreja de Santa Edwiges, às 15h.
Na pauta de reivindicações, vacina para todas e todos, Auxílio Emergencial de R$ 600 e o combate à Reforma Administrativa, dentre outras lutas. A mobilização vem sendo organizada pela Campanha Nacional Fora Bolsonaro, que conta com a adesão de diversas organizações populares de todos os estados do país. Essa articulação dá continuidade à agenda de atos que ocorreram no último dia 29 de maio, realizados em centenas de cidades do Brasil e também de outros países.
Antes da votação, os/as docentes debateram as estratégias de participação da ADUFC nas atividades do 19J e salientaram a importância de o sindicato acompanhar de perto as iniciativas relativas à segurança sanitária dos atos. Para contemplar as sugestões dos/as conselheiros/as, o CR deliberou a produção de informativo da ADUFC detalhando os porquês de ir às ruas, com ampla divulgação sobre as duas opções de atividade: passeata e carreata. No material também será incluído um guia de segurança para a participação nos atos.
Também foi aprovada na reunião a distribuição de máscaras PFF2 no dia 19/6, visando à proteção contra a Covid-19, e de camisas fabricadas pela ADUFC, um dia antes, na próxima sexta-feira (18/6). Além disso, o sindicato garantirá material para ser entregue nas atividades, como bandeiras, faixas, adesivos e cartazes, a exemplo do que ocorreu em outras manifestações Fora Bolsonaro.
Outro encaminhamento do Conselho de Representantes foi a organização de atividades do 19J nos campi do interior. Já estão confirmados atos também em Brejo Santo (concentração na Praça da Aldeota às 16h); Sobral (ato na praça de Cuba às 8h); Crato (ato na Praça São Vicente às 9h); e Russas (concentração em frente ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, ao lado do mercado novo, às 8h).
O Prof. Bruno Rocha, presidente da ADUFC, destacou que participou de várias reuniões, nas últimas semanas, relativas à organização dos atos e apontou o avanço de diálogo entre as frentes sindicais e movimentos sociais, o que propiciou a unificação e o fortalecimento das atividades no estado. Também reforçou a adesão do Fórum Permanente em Defesa do Serviço Público – Ceará aos atos e o combate à PEC 32/2020, que trata da Reforma Administrativa, entre as pautas de reivindicações do 19J. “Uma entidade com tantas pautas a defender, como a permanência da universidade pública, em um momento de tantos ataques não pode desencorajar ou deixar de participar desses atos”, avalia o docente.
Durante o debate que precedeu a votação, professoras e professores também compartilharam suas experiências nas manifestações do último dia 29 de maio, destacando a preocupação da comissão organizadora com a segurança sanitária, bem como enfatizaram a importância de se manter o distanciamento social na ocasião. “A situação política é muito grave, nunca estivemos em um momento tão difícil, inclusive de ameaça da democracia (…). A ADUFC deve estar junto das comissões que estão pensando a segurança sanitária dos atos”, apontou o Prof. André Ferreira, Diretor de Relações Intersindicais da ADUFC.
Outro argumento levantado por docentes foi a excepcionalidade dos eventos e o fato de ocorrerem ao ar livre. “O ato é uma situação excepcional, a gente não faz ato todos os dias, é bem diferente de uma sala de aula”, destacou a Profª. Suene Honorato, do Departamento de Literatura da UFC, referindo-se ao retorno presencial das aulas durante a pandemia de Covid-19. A opinião é compartilhada pelo Prof. Justino de Sousa Jr., do Departamento de Estudos Especializados. “A coerência deve ser buscada, mas dentro dessa realidade contraditória que vivemos. A questão principal é a unidade na luta pela vida”, opinou.
Para a Profª. Irenísia Oliveira, vice-presidente da ADUFC, a adesão às mobilizações do 19J representa o enfrentamento e a resistência à política da morte, seja por Covid-19 ou pelo próprio Estado brasileiro, que marca este governo federal. “Nosso ato deve ser uma expressão do movimento nacional. É preciso quebrar esse pensamento fascista de que eles são maioria no país”, defendeu a docente.
No último dia 29 de maio, a ADUFC juntou-se a milhares de manifestantes para reforçar a programação do Dia Nacional de Luta Por Fora Bolsonaro, que contou com atos em todos os estados brasileiros e Distrito Federal, e em cidades de outros países. Reforçando a mobilização nacional, o sindicato participou da carreata Fora Bolsonaro, que ocorreu em Fortaleza. A adesão aos atos foi resultado de deliberação da categoria.
A ADUFC também participou, no último 19 de maio, de ato em frente à Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza, como parte da agenda do Dia Nacional de Luta – A educação precisa resistir. Na pauta da manifestação, protestos contra os cortes federais bilionários no orçamento para a educação em 2021 e contra a imposição do retorno presencial às aulas sem vacinação massiva. O sindicato ainda realizou ações pela manhã em vários bairros e, à noite, fez os alertas em outros três pontos da capital – desta vez, com projeções visuais em edificações.
(*) Assista aos vídeos produzido pela ADUFC sobre o 29M e sobre o Dia Nacional de Luta – A educação precisa resistir: