Quando assumiu, em 2019, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, chegou a justificar cortes nas universidades e institutos federais alegando que esses espaços acadêmicos “promoviam balbúrdia”. Dois anos depois, essas instituições têm sofrido duros baques em suas estruturas, mas o alvo mais atingido tem sido as universidades localizadas no interior do Nordeste. Longe do foco midiático, elas perderam quase metade de suas bolsas de mestrado – mesmo em início de implementação dos seus cursos.
Este dado faz parte do balanço feito pela Agência Retruco, via Lei de Acesso à Informação (LAI), em que apurou os dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior nos últimos 10 anos. A reportagem especial é a primeira da série “Projeto Efeito Desmonte”, que mostrará como o Governo Federal tem interrompido um ciclo de duas décadas de avanços na interiorização do ensino superior do Nordeste.
O auge dos investimentos da Capes foi em 2015, mas nos últimos anos os investimentos na pesquisa têm caído drasticamente, chegando na berlinda com o governo Bolsonaro. Em meio a fortes discursos contra a ciência e a educação, a pesquisa feita no interior do Nordeste chegou a quase metade do que era feito há dois anos, quando ele assumiu. Em 2019, eram 1.180 bolsas, hoje são 633 repasses aos cursos de mestrado da região.
O levantamento envolve dados das nove universidades que possuem sede fora das capitais nordestinas: Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Universidade Federal do Cariri (UFCA), Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e Universidade Federal do Oeste Baiano (Ufob), Universidade Federal da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Universidade do Delta do Parnaíba (UFDPar), Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).
Leia a reportagem completa no site da Agência Retruco.